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      Marisa Ferrari entrevista Ricardo Cassolari

      Marisa FerrariMarisa Ferrari
      maio 6, 2017
      Gente, Variedades
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      Marisa Ferrari entrevista Ricardo Cassolari

      “Cortar o cabelo é libertação” acredita o artista das tesouras, Ricardo Cassolari.  Não é exagero dizer que o talento e o dom estão no sangue e vêm de família. A tataravó já tecia perucas na Itália, no século XIX. A tia paterna, Cida Cassolari, foi uma das cabeleireiras da maior estrela do cinema brasileiro, Carmem Miranda, em Poços de Caldas, Minas Gerais. As duas filhas, já fazem parte da quinta geração a exercer a profissão. São mais de 40 anos cuidando das famosas madeixas de muita gente interessante da moda, empresárias, estrelas e jornalistas. Para Cassolari, além da beleza, um dos grandes desafios da profissão é trabalhar também a autoestima e o bem estar das pessoas.

       

      Conte sua história de família. Você começou a trabalhar com apenas 10 anos. Dá pra dizer que herdou a profissão? Cogitou seguir outra carreira?
      Sou o sétimo de dez filhos, seis mulheres e quatro homens. Sempre tivemos uma relação fantástica. Todo mundo cuidava um do outro. Família grande com todas as confusões que isso gera, mas ao mesmo tempo muito harmônica. Meus pais sempre prezaram por isso. Meu pai tinha uma marcenaria em Poços de Caldas, Minas Gerais. Quando tinha uns dez anos, mudamos para São Paulo. Todos precisavam trabalhar. Comecei ajudando meu pai, mexendo com madeira, sempre trabalhando com as mãos. Minhas irmãs já eram cabeleireiras. O começo foi muito casual. Levava o almoço para elas e ficava observando o trabalho. Só aos 20 anos tive certeza que queria mesmo ser cabeleireiro. Aos 27 me tornei profissional.

       

       

      Enfrentou muito preconceito? Qual sua formação?
      Sofri muito com o preconceito. Olhavam torto, com ironia. Briguei muito por causa disso. Até que entendi que eu mesmo estava me tornando preconceituoso e aprendi a ficar em paz. Estudei pouco. Por pressão de uma namorada acabei fazendo um curso intensivo, mas não era o que queria. A maioria estudava para ser engenheiro, médico, advogado. Ainda não tinha certeza de onde iria chegar.

       

      Mesmo tendo essa tradição familiar existiu uma trajetória, um processo de desenvolvimento profissional que precisou de muita dedicação?
      A minha irmã, Iranã, me encaminhou e me ensinou muita coisa. Sou muito grato também aos donos do salão L’Officiel, onde comecei como auxiliar de cabeleireiro. Até hoje temos uma relação de carinho e respeito muito grande. Depois fui viajar, fazer cursos, buscar informação, que era muito difícil. Nessa época era muito na prática, no dia a dia, vendo os outros trabalharem, usando os amigos de cobaia, fazendo um monte de besteira e aprendendo.

       

      O povo brasileiro é um dos mais ligados em beleza. É um mercado que tem conseguido sobreviver e até crescer mesmo com as crises. Como é ser um empreendedor desse segmento no Brasil?
      O Brasil é um país sensual. Não me considero um empreendedor, mas um artista. Não tenho muito esse talento. Minha mulher me ajudou com o lado comercial, a parte da grana. Me mantenho pelo tesão que eu tenho de trabalhar.

       

      Deve ser desafiador trabalhar com beleza, lidar com egos, vaidade e autoestima.
      Essa coisa do ego, todo mundo tem que trabalhar o seu. A questão da vaidade precisa do combustível, mas precisa tomar cuidado pra ele não te queimar. O cliente é uma consequência do meu trabalho, da minha dedicação. Tem gente que é carente, desequilibrada, não sabe quem é. Tocar a cabeça é divino. O cabelo é o divino, o feminino, a viagem da alma. O cabeleireiro tem de estar muito atento com isso. Vira um pouco psicólogo. Faço a terapia do abraço, além de tocar a cabeça das pessoas eu abraço para elas levarem o melhor de mim. Trabalho de frente para o espelho e o espelho é sempre o outro. Costumamos olhar a sombra do outro e olhar pouco pra si. Às vezes a gente até se vê, mas não se enxerga. Julgamos muito o outro.

       

       

      Você acredita no clichê “a beleza vem de dentro”?
      O belo está mesmo dentro de nós. A gente precisa de ajuda para enxergar isso sempre. Depende de como a gente olha o belo, tem um todo. É muito de uma vivência muito próxima. A beleza vai do olhar de cada um. É muito delicado. A pessoa vem e corta uma pontinha do cabelo e pode já sentir uma transformação.

       

      A relação com suas clientes ultrapassa o profissional e acabam desenvolvendo uma amizade? Essa intimidade facilita para identificar o que é melhor para cada pessoa?
      Vai além, tem uma relação de carinho, mas tem que tomar cuidado porque também pode atrapalhar e passar a não enxergar. Tomar cuidado para não invadir. Na transitoriedade que existe ver as pessoas retornarem é muito bom.

       

      Como lidar com a busca por um “visual perfeito”?
      Precisa evitar essa coisa impulsiva. Estar indignado e acabar sendo radical. Pode bater um arrependimento, mas o cabelo cresce, ele volta pra gente. Às vezes pode querer um resultado que a própria natureza não favorece. A pessoa mostra uma referencia do belo, mas vai muito do cabeleireiro interpretar e fazer uma coisa que fica bem pra ela. O negócio é conseguir transformar alguma coisa nela. É só um ponto de partida. O que está nela é que vai fluir.

       

       

      O que destaca como grande diferencial para estar no seleto grupo de melhores profissionais do país na sua área? Em que medida sua sensibilidade, simplicidade e generosidade são importantes?
      Esse aprendizado a gente vai adquirindo durante a vida. Quando pensou que é já deixou de ser. Sempre precisamos nos renovar. A generosidade é fundamental, o universo contribui. Sempre acreditei nisso. Entregar o que tem de melhor para que as pessoas se sintam melhores. A simplicidade me faz crescer e ir mais adiante.

       

      Você também atua como formador de profissionais. Quais requisitos, além do talento e da formação, são fundamentais para integrar sua equipe?
      Só dois dos profissionais que hoje trabalham comigo não formei. Tem gente que recebeu a formação e foi embora. As pessoas podem ter diferenças, mas tem que ter respeito, companheirismo, saber tratar quem está ao seu lado, como se relacionar com o próximo. Gente com muito ego não vai fazer parte do meu time. Cada um faz sua função, têm seus limites, uns se sobressaem mais. Eu ajudo cada um e cada um tem que se ajudar. Não dá para ter uma atitude egoísta. Nunca tive medo de ensinar. Eu aprendo até hoje. Viajo para ver outras pessoas trabalharem, ver outros mundos e compartilhar esse conhecimento.

       

      O que mais ajuda a saúde dos cabelos?
      Evitar excessos de todo tipo. A pessoa tem que saber qual a natureza dela. Não cair em armadilhas como a “ditadura do cabelo liso”, por exemplo.  Também é importante ter confiança no profissional, que vai respeitar suas características e que não veja a cliente como um cifrão.

       

      Fale sobre as tendências de corte e cores.
      A coisa que está mais acontecendo é o long bob, médio, curto e longo, menos repicado. Curto na nuca e mais longo na frente, uma franja lateral mais longa. Vai da natureza que cada cabelo permite.
      Quase toda mulher brasileira já é ou quer ficar loira. Tem que vir alguma coisa nova pra transformar isso.

       

      Você também é apaixonado por pintura, fotografia, música e dança. Qual a importância dessas outras artes na sua vida?
      Todo ser tem que ter um hobby. Trabalha os anseios. Tenho ainda um cantinho na minha casa que mexo com marcenaria até hoje, que foi onde tudo começou. Quando viajo tenho sempre uma câmera na mão e vou fazer uma exposição de pintura, em setembro, no Shopping Iguatemi de São Paulo. A pintura me permite externar aquilo que eu sou. Agora tem até um cavalete dentro do salão. Depois passo para a tela grande em casa. Mexo com as cores, o carvão. É gostoso.

       

       

      Suas duas filhas fazem parte da sua equipe, além de irmão e sobrinhos. Trabalhar junto foi natural? Como administram a relação pessoal e de trabalho?
      Quando eu comecei lá atrás com a minha irmã foi natural. Mas não é fácil trabalhar com parente não. Trabalhar em família às vezes é até mais complicado. É maravilhoso, mas precisa tomar cuidado. Se confundir a questão do trabalho fatalmente vai ter problema na relação familiar.

       

      Como concilia e busca o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho?

      Precisa ter uma válvula de escape. Gosto de estar com amigos, tomar um drink. Pintar, fotografar. Tenho muito registro de gente bacana dentro do salão. Um dia pode até virar um livro. A música, as viagens. Tudo que puder fazer para renovar é importante para buscar esse equilíbrio. A vida é quem tem boas relações. É o mais importante para o ser humano.

       

      Lembrança boa da infância –
      Tenho tantas. Minha infância foi demais! Eu era muito livre e ao mesmo tempo muito protegido. Minhas irmãs falam que fui mimado. Fazia meus próprios brinquedos, não tinha condições de comprar, e aquilo era muito gostoso. E continuo construindo brinquedos.

       

      Lugar preferido–
      Amo a Inglaterra, andar pelas ruas de Londres. É um lugar mágico que me aguça a criatividade. Se fosse para morar seria a Itália ou Portugal por causa da luz, das cores e da língua. São mais próximos da gente.

       

      O que não pode faltar no seu dia a dia? O que precisa para ser feliz?
      A felicidade vem em pedacinhos. São momentos. É muito da cabeça, do emocional de cada um. Fazer um pouquinho de cada coisa que você goste. Gosto muito do que eu faço. Trabalhar me dá prazer. Minhas filhas, minha família, meu neto que me fez renascer. Fico feliz quando abraço alguém e recebo a energia dela. Sou feliz tomando uma taça de vinho. Fico feliz nas relações, quando está tudo na paz, temos que estar preenchido.

       

       

      Ser avô é mesmo um “pai com açúcar”? Como é essa relação?

      Não dá pra traduzir. É uma paixão, uma delícia! Ele tem 6 anos, mas tem uma sensibilidade de perceber as coisas. Volta um pouco à relação com meu avô, aquela coisa de italiano que quer todo mundo junto. Ele é muito sociável, tem uma luz. Fico orgulhoso. Temos muita afinidade. E daqui a pouco chega também uma netinha.

       

      Qual seu sonho agora? O que pensa olhando pra frente?
      Tenho um monte de sonhos. Alguns não podem ser revelados. Tenho vontade de fazer um monte de coisas, não sei se vai dar tempo. Trabalho para deixar a minha marca com as minhas filhas, continuando a minha história. Quero desfrutar mais a vida com a pintura. Chega um momento que tem que aprender a desfrutar. Às vezes a gente se compromete muito com o amanhã, meu maior compromisso é com o agora. Estar saudável, trabalhando e vivendo. Ensinar, passar o que eu aprendi. Nunca fui ambicioso, mas sempre quis realizar. Nunca planejei muito a minha vida.

      Tags : arte, artista, beleza, belo, cabeleireiro, Cabelos, cliente, cor, corte, curso profissionalizante, dom, ego, empreendedorismo, entrevista, família, felicidade, formação, fotografia, gente, gerção, hairstylist, hobby, Long Bob, prazer, profissional, salão de beleza, simplicidade, sonhos, talento, tendências, trabalho, vaidade, visual
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      Jornalista, apresentadora de TV, de vídeos, repórter, produtora, mediadora e mestre de cerimônias de eventos. Paraense, casada e mãe de um casal de gêmeos.

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