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      Crítica: We Have Always Lived in the Castle (2018)

      Eduardo KacicEduardo Kacic
      maio 3, 2019
      Cinema
      1 Comentário
      7
      Crítica: We Have Always Lived in the Castle (2018)

      Em nossa sociedade, existem os conceitos do que é incomum, esquisito, estranho. Em geral, há um entendimento tácito sobre como coisas devem parecer e como as pessoas devem agir, e quando há um distanciamento destas normas, usamos rótulos para descrever o que não nos é familiar. Ainda que o conceito de algo não-familiar cause desconforto em alguns, definitivamente não é ruim ser estranho ou esquisito; há beleza naquilo que consideramos diferente. Vejam por exemplo o caso do diretor Tim Burton, que construiu uma carreira utilizando visual gótico e distinto, e hoje é bastante admirado.

      O novo filme da diretora Stacie Passon (de trabalhos na TV como as séries O Justiceiro e Deuses Americanos), We Have Always Lived in the Castle (EUA, 2018), é um excelente espetáculo de atuação e estudo de personagem imerso em uma estética gótica, por sua vez embrulhada em um mistério peculiar. É um filme diferente, mas parafraseando a mim mesmo, há beleza no diferente.

      O filme nos apresenta à família Blackwood, que sempre viveu no castelo do título. Um produto do capitalismo, a mansão da família fica no alto de um monte e abriga Merricat (Taissa Farmiga, de A Freira), sua irmã mais velha, Constance (a beldade Alexandra Daddario, do thriller Nomis e da comédia When We First Met, cujas críticas estão disponíveis aqui no Portal do Andreoli), e o tio das garotas, Julian (Crispin Glover, da citada série Deuses Americanos), que vivem isolados da cidade abaixo deles e de seus moradores.

      Os Blackwood vivem à sombra de uma tragédia, que vitimou vários membros da família alguns anos atrás e da qual restaram apenas os três. Ainda que esta sofrida família pareça merecer a simpatia da comunidade, sua abundância e conforto ainda parecem suscitar hostilidade e raiva daqueles que precisam do suor do trabalho para sobreviver. Um dia porém, a solidão dos Blackwood é interrompida pela chegada do misterioso primo Charles (Sebastian Stan, de I, Tonya e O Peso do Passado, cujas críticas também estão disponíveis aqui no Portal), que passa a ameaçar a fortuna e o bem-estar da família.

      Acompanhando a estética estranha da produção e sua história cativante, o filme apresenta personagens interessantes e envolventes. Cada personagem é interpretado de maneira excelente, com mais complexidade e profundidade do que parece à primeira vista. À medida em que a história se desenvolve, o público passa a querer saber mais sobre cada pessoa, e através de uma rica narrativa repleta de camadas contida no roteiro de Mark Kruger (Candyman 2: A Vingança), baseado no romance da célebre escritora Shirley Jackson, o filme explora como o trauma e a culpa podem acarretar gravíssimas consequências.

      Farmiga encarna sua Merricat com uma alta carga de excentricidade. A atriz a interpreta como uma mulher agitada de olhos taciturnos e um radar para o perigo que nunca desliga. Ela perambula pela propriedade com a cabeça enfiada nos ombros performando magia e feitiços para manter sua família a salvo. E quando a segurança se torna o X da questão, Merricat não mede esforços para restaurar a ordem na família Blackwood. A mistura de profundidade e estranheza fazem de Merricat uma personagem inesquecível, e sua peculiaridade intrínseca deriva de seu passado problemático. A autenticidade de Farmiga reflete-se em sua personagem.

      E há também Constance, que é tão misteriosa quanto estranha. Ela nunca deixa o castelo, sempre enviando Merricat para fazer as compras e conduzir algumas tarefas na cidade. Ela é complexa em sua natureza materna, carregando consigo visíveis sinais de abandono, e quando o primo Charles entra em sua vida, ela encontra um substituto para a solidão que domina sua existência. Daddario transmite com excelência a constante necessidade da humanidade em agradar os outros, mesmo quando não parece ser apropriado, revelando uma personagem fraturada e torturada que se esconde sob a fachada feminina padrão. A história de Constance é incrivelmente intrincada, convidando o espectador a refletir sobre seus incomuns relacionamentos familiares. O público fica a todo momento querendo saber mais sobre Constance, mas logo, garanto-lhes, se arrepende por tamanha curiosidade.

      Por último, estão Julian e Charles. Julian miraculosamente sobreviveu ao citado atentado contra sua família anos atrás, mas hoje vive uma vida decrépita preso a uma cadeira de rodas como uma sombra do homem que um dia foi. Tudo o que ele deseja é terminar seu livro, mas seu estado de demência dificulta demais a realização de seu objetivo. Glover frequentemente rouba a cena com sua performance genuína de um homem aleijado e dependente, que gera intriga e simpatia ao mesmo tempo. Já o Charles de Stan é a maldade em pessoa, e quando ele não consegue o que quer, ele pune alguém. Assim como Glover, Stan mostra-se um ator extremamente capaz, que pode chegar muito além de ser apenas o Soldado Invernal da Marvel.

      Como comentei, We Have Always Lived in the Castle é um filme bastante estranho. Seja por sua perfeitamente incômoda estética gótica, por personagens que agem com inusitados maneirismos, ou por retratar pessoas cuja natureza é aterradoramente má. Mas é justamente aí que reside a beleza do filme. Suas peculiaridades criam personagens únicos e autênticos, que relembram ao público a veia tóxica da humanidade como um todo. We Have Always Lived in the Castle pode até não conquistar a todos, mas certamente coloca todo mundo para pensar.

      We Have Always Lived in the Castle não tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros, e deve chegar ao país diretamente através de sistemas de streaming e VOD.

      Tags : Alexandra Daddario, cinema, Crispin Glover, crítica, Crítica de Cinema, Crítica We Have Always Lived in the Castle, Drama, Filmes, Mark Kruger, Movie Review, Movie Trailer, Movies, Review, Sebastian Stan, Shirley Jackson, Stacie Passon, Suspense, Taissa Farmiga, Thriller, Trailer, We Have Always Lived in the Castle, We Have Always Lived in the Castle Review
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      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic é roteirista de longa-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Hoje veste a camisa do Portal Luiz Andreoli com muito orgulho.

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      Comentário ( 1 )

      1. ResponderAbgaiul
        1 de outubro de 2019 at 05:20

        Este filme é uma verdadeira obra de arte. Te faz pensar em muitos aspectos e em muitas partes, te faz ficar apreensivo e muito curioso, e mais uma vez te bota para pensar. É uma obra de arte, sem dúvidas. Um filme maravilhoso, fiquei com muita vontade de ler o livro! Infelizmente, não deve agradar a todos, como você mesmo disse, mas é um daqueles que todo mundo deveria ver algum dia. Eu o defenderei sempre.

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