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      Crítica: Vidro (Glass) | 2019

      Eduardo KacicEduardo Kacic
      janeiro 11, 2019
      Cinema
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      9
      Crítica: Vidro (Glass) | 2019

      Se há algo de que o diretor e roteirista M. Night Shyamalan não pode ser acusado é de falta de ambição. Em seu novo filme, Vidro (Glass, EUA, 2019), o indiano tenta amarrar a “trilogia” a qual ele deu início 19 anos atrás, com o excepcional Corpo Fechado (cuja crítica você pode conferir aqui no Portal do Andreoli), e a qual continuou inesperadamente em 2016, com o engraçado e assustador Fragmentado, cuja crítica também pode ser encontrada aqui no Portal. Em Vidro, Shyamalan volta a abordar temas discutidos nos dois filmes anteriores, como as pessoas comuns que encontram-se fazendo coisas extraordinárias; o que constitui um herói e um vilão; se acreditar em si mesmo é o suficiente para superar as limitações, e se a devoção a uma mitologia ficcional como aquelas encontradas nos quadrinhos, pode aguçar nosso senso de realidade.

      Sem dúvida são ideias bastante interessantes, e que dão a Vidro muito de sua propulsão inicial. Por outro lado, Shyamalan parece tão interessado em explorar tais conceitos e em costurar suas duas histórias anteriores em uma narrativa grandiosa, que ele acaba esquecendo de fazer seu público se importar com os personagens. Alguém pode até argumentar que o diretor está atuando de maneira muito mais metalinguística do que seria esperado, usando sua trama e seus personagens como uma crítica ao já gasto template dos filmes sobre histórias em quadrinhos e seus arquétipos. Entretanto, tal modus operandi pode (e de fato deixa) o espectador perdido.

      Vidro é econômico em sua introdução, já situando o espectador na caçada do agora “super-herói” David Dunn (Bruce Willis), apresentado em Corpo Fechado, ao dissociativo Kevin Crumb (James McAvoy), o esquizofrênico protagonista de Fragmentado. Dunn está caçando, mais precisamente, a 24a personalidade de Crumb, conhecida como “A Besta”. David, agora proprietário de sua própria agência de segurança, tem trabalhado como herói/vigilante há 18 anos, desde os eventos finais retratados em Corpo Fechado, e tem como parceiro seu filho, Joseph (o mesmo Spencer Treat Clark, agora crescido). Porém, quando Dunn finalmente consegue localizar Crumb, os dois acabam sendo capturados pela polícia e transferidos para o hospital psiquiátrico de Raven Hill, sob a supervisão da Dra. Ellie Staple (Sarah Paulson, de Bird Box, cuja crítica campeã de acessos também está disponível aqui no Portal do Andreoli).

      Staple tem uma especialidade em particular: o estudo e reabilitação de pessoas que acreditam ser super-heróis. Trabalhando a teoria de que todos seus pacientes sofrem de intensas ilusões de grandeza, Staple quer “curar” Dunn e Crumb, assim como seu terceiro paciente, Elijah “Sr. Vidro” Price (Samuel L. Jackson), que esteve no hospital durante todos estes anos.

      O resto é com você, leitor. Nada de spoilers aqui. Sim, o filme conta com um ou dois plot twists bem ao estilo Shyamalan de fazer cinema, e posso adiantar também que um dos pilares das histórias em quadrinhos – a união entre os vilões como forma de colocar em ação seus planos nefastos – acontece aqui em Vidro. O problema é que o público simplesmente não tem muitos motivos para ligar para isso, com toda a exposição da preguiçosa porção do meio do filme, que exagera na discussão sobre psicologia e clichês dos quadrinhos. O filme parece empurrar seus personagens de um lado para o outro de um tabuleiro ao invés de realmente explorar suas psiques, e diferente do formidável Fragmentado e da obra-prima Corpo Fechado (estava revendo o filme outro dia e caramba, como é mesmo sensacional!), Vidro não conta com um personagem com o qual o público possa se identificar e observar “de fora” o que está realmente acontecendo em sua trama.

      Dos personagens centrais, McAvoy mais uma vez está impecável. O ator dá vida ao filme cada vez que está em cena, especialmente quando encena a loucura das múltiplas personalidades de seu personagem. Ele não só mantém a frescura e originalidade de sua performance em Fragmentado, como ainda a amplifica, mudando de personalidade na velocidade em que mudamos as estações de um rádio. Jackson e Willis voltam aos seus personagens, agora dezoito anos mais velhos, sabendo exatamente o que fazer e COMO fazer. Mas sem novidade alguma. É bacana também assistir ao jovem Clark reprisar seu papel tantos anos depois de Corpo Fechado, assim como o retorno da ótima Anya Taylor-Joy, co-protagonista de Fragmentado, e também da veterana Charlayne Woodard (a mãe de Elijah), ainda que infelizmente, o roteiro ofereça limitações aos seus personagens.

      Agora, voltemos um pouco à questão da ambição de Shyamalan, que mencionei lá em cima no texto. Desde que quebrou a cara há alguns anos atrás com bombas como Fim dos Tempos (The Happening, 2008), Depois da Terra (After Earth, 2013), entre outros, Shyamalan finalmente havia retornado à boa forma quando decidiu largar a pretensão e voltar à simplicidade que lhe valeu tanto em o Sexto Sentido e o próprio Corpo Fechado, e nos filmes A Visita (The Visit, 2015) e o próprio Fragmentado. Porém, mesmo com a eficiente construção dos dois primeiros atos deste Vidro, o terceiro e derradeiro ato não consegue manter o mesmo nível, e logo, não recompensa o espectador por seus dezenove anos de espera pela conclusão da história. Tal conclusão abandona o elemento da simplicidade tão presente nos dois filmes anteriores, e abraça a megalomania desnecessária, deixando um espaço vazio dentro da narrativa. Quanto ao tão esperado plot twist, deixo a dica para que prestem bastante atenção ao início e aos pontos, digamos, “menos importantes” ao longo da narrativa.

      Eu não posso, entretanto, desclassificar o filme. Está bem longe de ser um filme ruim, principalmente pelo fato da conclusão ter me deixado p… da vida e logo em seguida, ter me feito refletir um bocado em cima dela. O próprio trabalho de Shyamalan continua de se admirar, uma vez que o cineasta permanece um diretor de alto apuro técnico e visual. Uma cena em particular, na qual Elijah placidamente passeia com sua cadeira de rodas por um corredor enquanto o caos e a carnificina explodem atrás dele é apenas uma das muitas composições impactantes que o diretor e seu fotógrafo Michael Gioulakis (do próprio Fragmentado), criaram para o filme.

      Mas não deixa de ser uma pena, realmente, que Vidro, assim como tantas sagas sobre super-heróis antes dele, não alcance o resultado que deveria (ou merecia) em seu terceiro e derradeiro capítulo. Ou seria o filme em si um enorme comentário sobre aqueles curiosos clichês do gênero que o miolo da narrativa tanto aponta? Assim como o ardiloso Sr. Vidro, nunca é seguro descartar o pensamento de que Shyamalan sabe muito mais sobre o que realmente está rolando, de maneiras que nós jamais poderemos imaginar.

      Prefiro pensar desta forma.

      Vidro estreia nos cinemas brasileiros no dia 18 de janeiro.

      Tags : Anya Taylor-Joy, Bruce Willis, Charlayne Woodard, cinema, Corpo Fechado, crítica, Crítica de Cinema, Crítica Vidro, Filmes, Fragmentado, Glass, Glass Review, James McAvoy, M. Night Shyamalan, Movie Review, Movies, Review, Samuel L. Jackson, Sarah Paulson, Spencer Treat Clark, Split, Suspense, Thriller, Trailer, Unbreakable, vidro
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      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic é roteirista de longa-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Hoje veste a camisa do Portal Luiz Andreoli com muito orgulho.

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