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      As Tops do Kacic: Crítica – Um Limite Entre Nós.

      Eduardo KacicEduardo Kacic
      janeiro 9, 2021
      Cinema
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      11
      As Tops do Kacic: Crítica – Um Limite Entre Nós.

      Assim como o recente e excepcional Moonlight: Sob a Luz do Luar, outra produção de forte cunho na cultura negra norte-americana, este drama Um Limite Entre Nós (Fences, EUA, 2016), nova produção dirigida e estrelada pelo colossal Denzel Washington, discute com extrema humanidade o peso da família e das vertentes da criação na formação do indivíduo. Se em Moonlight, este peso e influência familiar são aplicados no problemático desenvolvimento de um garoto negro até sua idade adulta, em Um Limite Entre Nós, a narrativa foca na dura realidade de um pai de família negro nos anos 50, e de como as limitações de tal realidade repressora influenciam negativamente tanto o indivíduo em questão, como o meio onde vive, e principalmente, seus familiares mais próximos.

      Baseado na peça homônima do falecido August Wilson (The Piano Lesson, 1995), Um Limite Entre Nós traz Washington no papel do falastrão lixeiro Troy Maxson, que apesar da dureza de sua rotina diária e de seu salário contado, não perde a força e a disposição, nem em seu trabalho, e nem em sua vida pessoal. Casado com a dedicada Rose (a sempre magistral Viola Davis, de Esquadrão Suicida), e pai de dois filhos, um deles já adulto e outro às vésperas de se tornar um, Troy tem por sua maior ambição na vida construir uma cerca em seu quintal dos fundos e não deixar faltar nada em casa. Entretanto, aos poucos Troy começa a permitir que uma velada frustração, por tudo o que não conseguiu realizar ao longo de sua sofrida vida, adentre sorrateiramente em seu lar, ameaçando a convivência entre todos, e principalmente, o seu casamento de mais de 18 anos.

      Fences-header-photo

      Um Limite Entre Nós não nega sua origem. Praticamente um teatro filmado, o filme utiliza-se de longas sequências repletas de diálogos, mas que em nenhum momento cansa o espectador. Pelo contrário, já que cada diálogo é rico e pertinente em suas observações, fluente dentro da narrativa, e entregue de maneira avassaladora pelo monstruoso elenco do filme. Especialmente, é claro, Denzel e Viola. O elenco de apoio da produção também é afiado, onde destacam-se o veterano Stephen Henderson (de Manchester à Beira-Mar, outro grande filme de 2016), no papel do melhor amigo de Troy, e também Mykelti Williamson (o eterno Bubba de Forrest Gump: O Contador de Histórias), que interpreta o irmão mais novo do protagonista, que após ser ferido na cabeça durante a Segunda Guerra, acabou por adquirir problemas mentais.

      Com este pequeno núcleo de personagens, onde ainda participam os dois filhos já crescidos do casal central, Washington conduz sua história de maneira humana e verdadeira, apoiado em uma impecável reconstituição de época, mesmo nos modestos planos fechados da produção, e também no cuidado com o riquíssimo texto do robusto roteiro à cargo do próprio August Wilson, mesmo este tendo falecido há mais de dez anos. Ou seja, só por aí já dá para se ter uma ideia do respeito com que Washington trata seu material fonte. O subtexto da obra é fortíssimo em sua pungência, onde surpreendentemente, o que predomina não é o tom denunciatório contra o racismo, como era de se esperar dada a sinopse de uma família negra vivendo nos turbulentos anos 50, onde imperava a intolerância racial. Na realidade, Um Limite Entre Nós trabalha seu protagonista internamente, detalhando o inquieto espírito de Troy, e sua progressiva recusa em aceitar seu destino oblíquo, cujo único propósito de sua existência, parece ser o de apenas cumprir sua rotina de responsabilidades.

      A produção também enfatiza a difícil posição de Rose, que ao mesmo tempo em que é o pilar onde seu marido por diversas vezes se apóia, também sofre ela própria, as mazelas que Troy primeiro traz para si mesmo, e depois para seu lar. A delicada relação entre Rose, Troy, e os filhos, acaba por ser a verdadeira camada a ser desenvolvida pelo filme, e onde o subtexto sobre o ato de desistir de seus sonhos e ambições em prol de uma existência puramente costumeira e supostamente vazia, ganha enorme força. Especialmente dadas as interpretações magnânimas da dupla de protagonistas, ambos que dispensam apresentações. Davis mais uma vez mostra ser uma das melhores atrizes em atividade no cinema mundial, enquanto que Washington, como sempre, assume uma posição colossal dentro do escopo do filme. Por vezes, engolindo o cenário de sua própria produção. A produção apenas derrapa levemente em sua conclusão, um tanto melodramática, mas nada que arranhe a poderosa concepção do texto de Wilson.

      Um drama relevante, socialmente significativo e dramaticamente notável, Um Limite Entre Nós é a comprovação máxima do talento assombroso de Denzel Washington e Viola Davis, que ainda por cima compõe um penetrante estudo sobre o eterno amadurecer do indivíduo, em cenários onde não há tempo ou espaço para parar e analisar suas próprias dores e traumas. O que resta, é sempre remar contra a maré.

      Um Limite Entre Nós está indicado para quatro Oscars na cerimônia deste ano: Melhor Filme, Ator para Washington, Atriz para Davis e Roteiro Adaptado. O filme estreia nos cinemas brasileiros no dia 02 de Março.

      Tags : August Wilson, crítica Fences, crítica Um Limite Entre Nós, Denzel Washington, Fences, Fences review, Fences Trailer, Mykelti Williamson, Stephen Henderson, Um Limite Entre Nós, Viola Davis
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      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic é roteirista de longa-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Hoje veste a camisa do Portal Luiz Andreoli com muito orgulho.

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