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      Crítica: Projeto Flórida (The Florida Project)

      Eduardo KacicEduardo Kacic
      setembro 19, 2017
      Cinema
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      9
      Crítica: Projeto Flórida (The Florida Project)

      Em 2015, o jovem diretor Sean Baker dirigiu o drama Tangerine, filme que ficou famoso pelo fato de ter sido todo filmado com um aparelho celular iPhone 5. Mas o filme, que narra as desventuras de dois travestis pela noite de Los Angeles, é muito mais do que apenas uma vedete da tecnologia moderna. Delicada sem deixar de ser engraçada, Tangerine foi um dos bons filmes lançados naquele ano, e com certeza um dos mais humanos.

      Não é surpresa para mim, portanto, que o retorno de Baker às telonas tenha sido com este Projeto Flórida (The Florida Project, EUA, 2017), uma produção tão emocionalmente grandiosa, que descrevê-lo sem utilizar-se de artifícios sentimentais é praticamente impossível. Projeto Flórida é um daqueles filmes que desafiam seu próprio plot através de sua execução. Trata-se de uma produção de pequenos detalhes que se combinam para dar forma à algo maior, que funciona de maneira bem semelhante ao vencedor do Oscar de Melhor Filme deste ano, o belo Moonlight: Sob a Luz do Luar, cuja crítica você também pode conferir aqui no Portal do Andreoli.

      Assim como o citado filme de Barry Jenkins, o filme de Baker alcança muito de seu brilhantismo através dos detalhes, por muitas vezes específicos. Sim, é uma produção de linhagem bastante comum sobre uma mãe solteira e sua filha que estão com os pés na lama, mas que é contada de maneira que abraça seus detalhes ao invés de tentar conquistar o público de maneira dramaticamente pedante. Baker trabalha de maneira cuidadosa as verdades específicas de seus protagonistas e suas vidas, e é exatamente esta honestidade que torna Projeto Flórida tão poderoso. Trata-se de um filme notável, e sem dúvida um dos melhores do ano.

      O motel Magic Castle é o tipo de lugar que a maioria das pessoas nem sequer nota, à medida em que passam apressadas por ele em direção aos parques da Flórida. Localizado por entre motéis baratos, lojas de bebidas e armadilhas para turistas, entre outros estabelecimentos, o Magic Castle abriga todo tipo de gente, desde turistas procurando algo barato, até a classe trabalhadora que praticamente transformou o local em sua moradia definitiva. É neste lugar que Baker nos apresenta às suas crianças protagonistas da trama, os melhores amigos Moonee (Brooklynn Prince), e Scooty (Christopher Rivera).

      Numa típica brincadeira boba de criança que não tem mais o que fazer, Moonee e Scooty sobem até uma das sacadas do motel, apenas para cuspir em um dos carros estacionados lá embaixo. Para eles, é apenas mais um dia como qualquer outro. E depois que a dona do tal carro fica brava com a situação, Moonee e Scooty acabam ganhando uma parceira de crime na neta da mulher, a doce Jancey (Valeria Cotto).

      Mesmo situando grande parte de sua narrativa no dia-a-dia destas crianças precoces que residem no motel, Projeto Flórida é muito mais do que apenas mais uma produção que idealiza a juventude e observa a pobreza com os olhos confortáveis de quem está de fora. Baker não perambula por nenhum dos dois recursos narrativos, e é no equilibrado tom da produção que o diretor faz com que seu filme encante o espectador.

      O filme basicamente passeia pela rotina de uma criança muito especial, vivaz, criativa e engraçada, do tipo que coloca um peixe morto na piscina do motel para tentar ressuscitá-lo, e que desliga a energia do motel inteiro, apenas para ver o que acontece. Não há nada de particularmente especial na rotina de Moonee, cinematograficamente falando. Mas Baker garimpa ouro dos pequenos momentos e detalhes da vida da criança, que parece inocente, mas que na verdade sabe muito mais do que os adultos à seu redor. Ajuda também o fato de Baker ter descoberto uma futura estrela de Hollywood em Brooklynn Prince, que entrega uma das melhores interpretações infantis dos últimos anos. A garota é tão genuína, que faz com que o público esqueça que está observando uma personagem, embarcando completamente em sua vida, como se fosse verdade.

      Ao longo do filme, outros personagens vão sendo apresentados, e eles ajudam a traçar ainda mais o perfil de Moonee, como por exemplo sua mãe, Halley (a estreante Bria Vinaite), que está escorregando socialmente e economicamente, sempre lutando para pagar o aluguel, conseguir um emprego, e para não precisar mais vender perfumes nos estacionamentos de hotéis chiques de Orlando. Quem percebe esta queda livre de Halley e sua filha é o gerente do hotel, Bobby (Willem Dafoe, sempre ele), em mais uma performance notável de sua longa e prolífica carreira. Mesmo aparecendo de maneira um tanto episódica ao longo da produção, Dafoe dá dimensão e profundidade ao personagem, que mesmo já tendo hospedado dezenas de Halleys e Moonees ao longo dos anos, ainda não consegue se desligar totalmente das pessoas que se hospedam nos quartos de seu hotel.

      Baker e seu co-roteirista habitual Chris Bergoch, são extremamente eficazes em adicionar realismo e veracidade ao roteiro da produção. A narrativa deixa bem claro para o público, desde o início, de que não há romantismo nas vidas destas pessoas, e ainda assim, Baker consegue esquivar-se da apelação desnecessária e da exploração da pobreza para arrancar lágrimas superficiais de seu espectador. E como mencionei anteriormente, é este equilíbrio narrativo que nunca descamba para um polo ou para outro que faz o filme funcionar tão bem, e que culmina em uma sequência final de impactante beleza, que não será esquecida tão cedo.

      Alguns dos melhores filmes ao longo da história cinematográfica alcançaram a grandeza apresentando às plateias personagens profundos e multidimensionais. É como se conhecêssemos o Chiron do citado Moonlight, ou o Lee do belo Manchester à Beira-Mar, outro concorrente ao Oscar entregue este ano. Moonee, Halley e Bobby alcançam o mesmo tipo de “existência além do filme”, que nos ensina a olhar para o próximo com outros olhos, esquecendo o estereótipo e abraçando o ser humano, que tanto precisa de um consolo. É preciso um filme muito especial para nos causar esta reflexão. Projeto Flórida é este filme.

      Projeto Flórida estreia nos cinemas brasileiros no dia 01 de Março.

      Tags : Bria Vinaite, Brooklynn Prince, Chris Bergoch, cinema, Crítica Projeto Flórida, Crítica The Florida Project, Drama, Filmes, Movies, Projeto Flórida, Sean Baker, The Florida Project, The Florida Project Review, The Florida Project Trailer, Willem Dafoe
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      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic é roteirista de longa-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Hoje veste a camisa do Portal Luiz Andreoli com muito orgulho.

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