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      Crítica: Perfeitos Desconhecidos (Perfectos Desconocidos)

      Eduardo KacicEduardo Kacic
      dezembro 22, 2017
      Cinema
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      5
      Crítica: Perfeitos Desconhecidos (Perfectos Desconocidos)

      Quem leu minha crítica da recente comédia O Bar (El Bar/The Bar) aqui mesmo no Portal do Andreoli (aliás, uma das críticas mais lidas sobre o filme na internet), sabe do meu apreço pelo cinema do diretor espanhol Álex de la Iglesia, dono de obras interessantíssimas (e amalucadas) no currículo, como O Dia da Besta (El Día de la Bestia, 1995) e Perdita Durango (1997). Neste seu novo filme, Perfeitos Desconhecidos (Perfectos Desconocidos, ESP, 2017), Iglesia deixa de lado seus inventivos roteiros originais para dirigir este que é um remake de uma ótima produção italiana homônima, dirigida por Paolo Genovesi no ano passado. Esta curtíssima distância entre o lançamento do filme original e esta refilmagem em nenhum momento chega a ser um demérito, já que nas mãos de Iglesia e seu roteirista habitual, Jorge Guerricaechevarría, o filme ganha em eletricidade e no tradicional verniz ácido do cineasta.

      Numa noite de eclipse lunar, onde as ruas da cidade de Madri parecem estar uma loucura, o casal Alfonso e Eva (Eduard Fernández e Belén Rueda) estão nos preparativos para um jantar que será realizado em sua bela casa. Apesar de tudo na vida dos dois profissionais bem sucedidos parecer estar as mil maravilhas, o casal, assim como toda a cidade do lado de fora, está com os nervos à flor da pele. Um dos casais convidados para o jantar, Eduardo e Blanca (Eduardo Noriega e Dafne Fernández), também não está em seus melhores momentos: ela quer se casar, ele não; ela quer ter um filho; ele não. O mesmo pode ser dito de Antonio e Ana (Ernesto Alterio e Juana Acosta), que com dois filhos em casa, estão à beira do divórcio. Outro convidado é Pepe (Pepón Nieto, de As Bruxas de Zugarramurdi, outro filme de Iglesia), um professor cuja noiva está doente e que não pode comparecer ao jantar. Ou seria isso uma desculpa?

      O que consistiria em apenas mais uma reunião entre os amigos, como tantas outras antes desta, toma um rumo inesperado quando no meio da conversa, surge uma ideia: “Por que não fazer algo diferente? Vamos jogar um jogo!” O tal jogo consiste no seguinte questionamento: E se todos os convidados deixassem seus celulares destravados em cima da mesa, ao alcance de todos? Chamadas, SMS, Whatsapps, notificações de Instagram e Facebook, a vida inteira compartilhada por um instante, com todo mundo. Seria um jogo inocente ou uma proposta perigosa? Poderá o grupo de amigos suportar tal grau de sinceridade, ainda que seja apenas por um curto espaço de tempo?

      Perfeitos Desconhecidos não chega a ser um teatro filmado (a narrativa visual é sempre potente nos filmes de Iglesia), no entanto, o filme carrega consigo uma alma teatral, abundante em diálogo e centrada em personagens que interagem em um cenário limitado. O trabalho dos atores, por consequência, é essencial em uma película que independe da ampla construção cinematográfica habitual. E nenhum membro do elenco decepciona, isso é fato.

      Os protagonistas são amigos de toda uma vida, e que através de uma simples brincadeira descobrem que na realidade não se conhecem. O que tradicionalmente se guardava apenas na cabeça e no coração, hoje em dia está ao alcance de qualquer um, através da internet, redes sociais, mensagens de texto ou Whatsapp. O revelador questionamento que fica é se convém que os demais conheçam nossos segredos, sendo que a mentira e a máscara são a única opção para ser feliz, ou ao menos, manter uma ilusão de ordem e felicidade, o que é melhor do que nada. Dentro deste cenário onde o lixo que todos nós humanos carregamos dentro de nós em maior ou menor medida é desenterrado, pelo menos a parte cômica deste processo serve para Ernesto Alterio e Pepón Nieto se destacarem mais dentro do elenco.

      Se Almodóvar ensinou aos espanhóis que o cinema contemporâneo do país podia ser “exportável”, Álex de la Iglesia foi quem abriu o caminho para gêneros e estéticas que pareciam quase proibidas na Espanha, sem precisar imitar modelos estrangeiros e nem perder a identidade cultural de seu país. Creio que já seja possível classificar Iglesia como um cineasta veterano (parece que foi ontem que seu Ação Mutante surgiu nos cinemas em 1993), e como em quase todos os seus filmes, o diretor introduz chaves esotéricas de maneira mais ou menos sutil (como por exemplo a tatuagem de uma das personagens, que remete à um possível cataclismo cósmico) e que dão ao longa-metragem uma atmosfera mágica, que contrasta com o realismo da situação.

      Resumindo, Perfeitos Desconhecidos se ressente um pouco da visceralidade de outras obras de Iglesia, como Balada do Amor e do Ódio (Balada Triste de Trompeta, 2010) ou Muertos de Risa (1999), porém consegue equilibrar com maestria o humor ácido do diretor com cenas realmente tensas, além de trazer uma mensagem sinistra sobre os nossos tempos de vício tecnológico, que em alguns casos pode arruinar a vida do indivíduo com uma simples mensagem no Whatsapp. Quer uma dica? Se você não está totalmente à vontade em deixar o conteúdo de seu celular ao alcance de alguém (leia-se seu cônjuge), melhor assistir ao filme sozinho. Vai lhe evitar bastante dor de cabeça…

      Perfeitos Desconhecidos não tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros, e deve chegar ao país diretamente em serviços de streaming.

      Tags : Álex de la Iglesia, Belén Rueda, cinema, Cinema Espanhol, comédia, Crítica Perfectos Desconocidos, Crítica Perfeitos Desconhecidos, Dafne Fernández, Eduard Fernández, Eduardo Noriega, Ernesto Alterio, Espanha, Filmes, Jorge Guerricaechevarría, Juana Acosta, Movies, Paolo Genovesi, Pepón Nieto, Perfectos Desconocidos, Perfeitos Desconhecidos, remake, Review
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      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic é roteirista de longa-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Hoje veste a camisa do Portal Luiz Andreoli com muito orgulho.

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