• Home
  • Contato
Ir para...
    Luiz Andreoli Luiz Andreoli
    • Home
    • Perfil
    • Colunistas
      • Luiz Andreoli
      • Ana Maria Lessa
      • Ane Bueno
      • Arthur Gimenes Prado
      • Cássio Manga
      • Cecília Telles
      • César Romão
      • Dayanna Paiva
      • Edson Andreoli
      • Eduardo Kacic
      • Fabio Muniz
      • Fabíola Calixto
      • Fernando Calmon
      • Imaculada So
      • Iramaia Loiola
      • João Eduardo Dmitruk
      • Jorge Lordello
      • Juliana Oliveira
      • Kacau
      • Laura Lima
      • Lilian Schiavo
      • Márcia Sakumoto
      • Milena Wydra
      • Paty Santos
      • Rachid
      • Regina Pitoscia
      • Rodrigo Donati
      • Sônia Pezzo
      • Sueli Oliveira
      • Valéria Gimenes
    • Esportes
    • Entretenimento
      • Variedades
    • Saúde
    • Gastronomia
    • Moda
    • Galeria
      • Livros
      • Fotos
    • Contato
    Ir para...

      Crítica: Mãe! (Mother!)

      Eduardo KacicEduardo Kacic
      setembro 22, 2017
      Cinema
      0 Comentário
      8
      Crítica: Mãe! (Mother!)

      O nome do diretor Darren Aaronofsky surgiu com um estrondo na cena cinematográfica no final da década de noventa. Desde o lançamento do drama cerebral Pi (1998), passando pelo perturbador Réquiem Para um Sonho (Requiem For a Dream, seu melhor filme até hoje), pela sci-fi existencial A Fonte da Vida (The Fountain, 2006), pelo comovente O Lutador (The Wrestler, 2008), e chegando até o visceral Cisne Negro (Black Swan, 2010), Aaronofsky se tornou uma unanimidade, e pelo que parecia, um diretor à prova de erros.

      Isso até 2014, quando Aaronofsky decidiu cutucar um vespeiro ao adaptar para as telonas a história bíblica do profeta Noé, com Russell Crowe no papel-título. Eu gosto bastante do filme, porém devo reconhecer que a produção está longe do resultado dos outros filmes do diretor, o que refletiu no público e na crítica naquele ano. O filme foi bastante criticado em seu lançamento. Agora, Aaronofsky retorna com este Mãe! (Mother!, EUA/2017), filme que dificilmente entrará no rol de suas melhores produções, mas que assim como toda a polêmica trajetória cinematográfica do diretor, será discutido à exaustão. Tanto para o bem, quanto para o mal.

      Trata-se de um dos filmes mais audaciosos e bizarros já lançados por um grande estúdio, onde o controverso cineasta mergulha profundo no horror metafórico. Por vezes apavorante, por vezes excitante e confuso, o filme é também uma gritante homenagem aos mestres do suspense Brian De Palma e Roman Polanski, especialmente seu clássico O Bebê de Rosemary. Em seu núcleo, é uma produção sobre o ego masculino, o instinto feminino, e sobre uma das coisas mais apavorantes do mundo: pessoas que querem mais do que você humanamente pode dar.

      Mãe! oferece uma premissa simples, e é ambientado inteiramente em uma casa isolada, que há pouco tempo atrás foi queimada em um incêndio, e depois restaurada. O local é habitado por um casal, interpretado pela dupla Jennifer Lawrence e Javier Bardem, que vêm remodelando a casa desde então. Numa noite, um estranho (o veterano Ed Harris) bate na porta do casal, e após contar sua história, é hospedado pelo homem da casa, à contragosto da mulher. No dia seguinte, outra visitante inesperada (a eternamente bela Michelle Pfeiffer), também aparece no local. E enquanto a personagem de Lawrence permanece hesitante em permitir a entrada destas pessoas em sua casa, o personagem de Bardem é solícito e chega a parecer até ansioso para hospedá-los.

      Dizer que as coisas ficam bastante estranhas na narrativa deste ponto em diante, é ser delicado demais. A produção que começa como um suspense até convencional, aos poucos quebra todas as barreiras do realismo. Aaronofsky gradativamente intensifica o tom metafórico e o filme desemboca em um dos clímax mais insanos do cinema em um longo tempo. Mesmo dono de uma carreira notável, o pico de insanidade atingido por Aaronofsky na conclusão deste Mãe! é certamente um dos pontos mais altos de sua trajetória como cineasta e autor.

      Mãe! está longe de ser um filme de horror tradicional. Aaronofsky deixa bem claro que seu filme não apresenta respostas fáceis, e explora diferentes dualidades em sua trama, que vão desde liberdade artística até a guerra entre os gêneros. A metáfora em torno dos papéis do homem e da mulher (leia-se mãe) na sociedade, permeia toda a produção. O filme permite várias leituras diferentes, e em nenhuma delas o lugar-comum prevalece, e sim uma incômoda ânsia pela correta interpretação de seus temas, na esperança de que nada da loucura que está ocorrendo em cena seja perdida pelo espectador.

      O que não quer dizer que Mãe! não seja aterrorizante. O diretor de fotografia Matthew Libatique, colaborador habitual de Aaronofsky, imprime aqui mais um belo trabalho, especialmente na vertente dos close-ups, onde Libatique coloca o público o tempo todo ao lado dos protagonistas, aumentando assim consideravelmente o nível de claustrofobia, e permitindo à Aaronofsky trabalhar com uma perspectiva visual limitada. Normalmente, nos filmes de horror prevalecem as tomadas mais amplas, onde o espectador está sempre procurando por pistas ou tentando adivinhar de onde sairá o próximo susto. O público também está sempre procurando por respostas do tipo “Quem é o assassino?” ou “Quem vai morrer?”, etc… e Mãe! muda as regras do gênero. Aaronofsky tripudia o tempo todo, utilizando-se do horror psicológico que provoca a confusão na mente do espectador. Trata-se também de um trabalho visualmente belo, como já é de costume na filmografia do diretor.

      O foco íntimo da produção em seus personagens pesa bastante nos ombros de Jennifer Lawrence, e a atriz mais uma vez corresponde. Ao contrário da massa que insiste em criticar a atriz apenas para estar na moda, sou sensato o suficiente para não cair na onda do povaréu, e afirmar que J-Law é a melhor atriz de sua geração. Quem também rouba a cena da produção é a maravilhosa Michelle Pfeiffer, que com sua presença imponente, eleva o resultado de todas as cenas em que está presente, mesmo que sejam poucas. É muito bom rever a atriz em um papel digno de sua beleza e talento, depois de tantos anos amargando papéis de pouca expressão.

      Resumindo, Mãe! deixará bastante gente nervosa e perplexa. É o típico filme que parece ter sido concebido com o intuito de ser divisivo, e dado o histórico de Aaronofsky, é nítida a escolha do diretor por trilhar este caminho. Se gostei do filme? Confesso que não sei dizer, mas com certeza não irei esquecê-lo tão cedo.

      Mãe! estreia nos cinemas brasileiros neste final de semana.

      Tags : cinema, Crítica Mãe!, Darren Aaronofsky, Ed Harris, Filmes, Horror, Javier Bardem, Jennifer Lawrence, mãe, Michelle Pfeiffer, Mother!, Mother! Review, Movies, Suspense, Thriller
      Compartilhar :
      • Facebook
      • Twitter
      • Google+
      • Pinterest
      • Linkedin
      • E-mail
      César Romão: Afaste-se de gente que seca pé de arruda
      Próximo artigo
      César Romão: Afaste-se de gente que seca pé de arruda
      Lilian Schiavo: A arte japonesa de se reinventar e perseverar
      Artigo anterior
      Lilian Schiavo: A arte japonesa de se reinventar e perseverar
      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic é roteirista de longa-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Hoje veste a camisa do Portal Luiz Andreoli com muito orgulho.

      Posts relacionados

      • Cinema abril 11, 2021

        Crítica: Separação (Separation) | 2021

        Crítica: Separação (Separation) | 2021
        Cinema abril 4, 2021

        Crítica: The Power (2021)

        Crítica: The Power (2021)
        Cinema março 28, 2021

        Crítica: Rogai Por Nós (The

        Crítica: Rogai Por Nós (The Unholy) | 2021
      • Cinema março 20, 2021

        Crítica: Alma de Cowboy (Concrete

        Crítica: Alma de Cowboy (Concrete Cowboy) | 2020
        Cinema março 17, 2021

        Crítica: Liga da Justiça de

        Crítica: Liga da Justiça de Zack Snyder (Zack Snyder’s Justice League) | 2021
        Cinema março 10, 2021

        Crítica: Mundo em Caos (Chaos

        Crítica: Mundo em Caos (Chaos Walking) | 2021

      Deixe um comentário

      Clique aqui para cancelar a resposta.

      Slideshow

      • Paty Santos: Liga dos Campeões: semifinais, aí vamos nós.
        Elas no Esporte, Esportes abril 14, 2021
        Paty Santos: Liga dos Campeões:
      • Cesar Romão: Trace um novo rumo
        Motivação, Variedades abril 14, 2021
        Cesar Romão: Trace um novo
      • Fabíola Calixto: Ferramentas de acessibilidade na web para uma web mais democrática
        Transformação Digital, Variedades abril 13, 2021
        Fabíola Calixto: Ferramentas de acessibilidade
      • Fábio Muniz: Você já parou para pensar no significado das coisas….
        Espiritualidade em Pauta, Momento de Reflexão abril 12, 2021
        Fábio Muniz: Você já parou
      • Jorge Lordello: 10 situações que o seguro de auto não ressarce os prejuízos
        Segurança, Variedades abril 12, 2021
        Jorge Lordello: 10 situações que

      Tags

      A Psicóloga Arquitetura Arte Bem-estar Bendito Pão Boulangerie Cadê minha advogada? Carros Cavalos Cinema Circuito ABC Criando Sorissos Cultura E aí, doutora? Elas no Esporte Empreendedorismo Feminino Equilíbrio Esportes Estilo & Imagem Fisio Fitness Gastronomia Humor Imóveis Itália Mia! Japão Maternidade Moda Motivação Mulher Mundo Pet Mundo Teen Nossa Língua Olimpíadas 2016 Pet Planejamento Financeiro Portal News Querido Vinho Saúde Segurança Sexo Só Esporte Variedades Vinhos É da Sua Conta

      cadastre-se

      Copyright 2017 Luiz Andreoli