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      Crítica: Ilha de Cachorros (Isle of Dogs) | 2018

      Eduardo KacicEduardo Kacic
      março 23, 2018
      Cinema
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      7
      Crítica: Ilha de Cachorros (Isle of Dogs) | 2018

      Wes Anderson, ame ou odeie, é um dos poucos diretores do cinema atual que pode ser chamado de autor. Seu peculiar cinema nasce de sua autenticidade e originalidade latentes, tão bem demonstradas em filmes como O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel, 2014) e Os Excêntricos Tenenbaums (The Royal Tenenbaums, 2001). Outro destes filmes, consiste na fascinante animação O Fantástico Senhor Raposo (Fantastic Mr. Fox, 2009), onde Anderson utiliza-se de figuras animadas que teoricamente só poderiam fazer sentido se utilizadas em alguma fábula infantil, mas que no filme do diretor, questionam o status quo e a humanidade. Mais precisamente, o que supostamente nos fazem humanos, os únicos seres “racionais” do planeta Terra (as aspas foram intencionais).

      De volta às animações, Anderson desta vez decide falar não só sobre o homem, mas também sobre seu melhor amigo e fiel escudeiro: o cão. Ilha de Cachorros (Isle of Dogs, ALE/EUA, 2018), é uma animação estilizada, incomum, e caracterizada por um humor irônico e extremamente seco. Esta fábula em stop-motion ambientada no Japão é linda de se ver, repleta de intrincados detalhes visuais. Além disso, a produção lida com alguns temas pesados, como limpeza étnica, fascismo e corrupção, contudo, o filme o faz de maneira idiossincrática.

      Ilha de Cachorros se passa em um futuro próximo, onde uma epidemia dizimou boa parte da população canina, promovendo uma massiva onda de histeria anti-cachorros. Kobayashi, o prefeito linha-dura da futurística cidade de Megasaki, decidiu banir todos os pobres cãezinhos para a “Ilha do Lixo”, onde eles terão de lutar para sobreviver nas mais duras circunstâncias. Mesmo os cachorrinhos de estimação agora vivem como vira-latas entre enormes montanhas de lixo, brigando uns com os outros por restos de comida e transformando-se em animais cada vez mais fracos, tristes e nervosos. Enquanto isso no continente, alguns dos donos dos cachorros banidos estão lutando por eles. Um deles, Atari, um garoto de 12 anos, sobrinho de Kobayashi, e cujos pais faleceram em um acidente alguns anos atrás, decide embarcar em uma corajosa jornada em um pequeno avião até a ilha, em busca de seu amado cachorro Spot.

      O roteiro do próprio Anderson é estruturado de maneira um tanto complicada, inserindo flashbacks e múltiplas subtramas além da narração do velho cão Júpiter (o veterano F. Murray Abraham, do clássico Amadeus). Anderson e companhia ainda encontram tempo para incluir elaboradas e coreografadas sequências envolvendo lutas de sumô, preparação de sushi e até de um transplante se rim. Em certos momentos, o hipnótico score do vencedor do Oscar Alexandre Desplat (de A Forma da Água, cuja crítica você encontra aqui no Portal do Andreoli), pega pesado nos tambores marciais e dá à ação uma vibe de um antigo filme de samurai do mestre Kurosawa. Anderson também é inventivo com a linguagem, transitando entre o inglês e o japonês, e nem sempre fornecendo a tradução para o inglês.

      Na ilha, os cachorros estão sempre se metendo em alguma briga, algumas delas bem violentas. Orelhas são arrancadas fora na base da mordida, e alguns animais terminam com horríveis cicatrizes. Sempre que dois bandos se engajam em alguma disputa, a coisa fica realmente feia, mas Anderson mostra apenas uma nuvem de poeira. Pêlos voam, e vários latidos e uivos são ouvidos. E mesmo neste mundo triste e violento, surgem algumas faíscas românticas, especialmente quando a glamourosa poodle Nutmeg (voz da musa Scarlett Johansson), passeia pelo lixão.

      Longe de seus donos, os cachorros começam a desenvolver sua própria forma de democracia canina. Chief (voz do sensacional Bryan Cranston) é o típico macho alfa, um vira-latas que não obedece à ninguém e está sempre pronto para uma briga. Os outros cães, entretanto, gostam de tomar suas decisões através do consenso. Nos momentos mais perigosos, eles tomam o tempo para debater qual plano de ação devem seguir, para irritação de Chief. Um dos animais mais cativantes da ilha é a pequeno pug, Oracle (dublado pela esquisita Tilda Swinton), que aparentemente consegue ver o futuro (mas na verdade, a cadelinha consegue entender o que está sendo dito no noticiário de uma velha TV do local, e por consequência, aprendeu a transmitir para seus companheiros a previsão do tempo). É ou não é genial? Hehe…

      Como sempre, Anderson cuida de cada detalhe visual de sua produção. Em qualquer cena do filme, aleatoriamente, nota-se a presença de ratos correndo ao fundo, ou carrapatos circulando na pele dos cachorros, ou mesmo uma pétala ou folha presa ao pêlo dos animais. Tal olho para o detalhe é parte também da narrativa da produção, já que além da jornada de Akira em busca de seu cachorro, temos também uma sub-trama envolvendo Kobayashi e seus colegas políticos, que parecem ter uma preferência pelos gatos, o que indica a suspeita de uma conspiração felina em torno da exclusão dos cães de seu habitat no continente.

      Como nem tudo é perfeito, Ilha de Cachorros sofre um pouco com sua alternância de tons. Momentos puramente cômicos, como um cachorro tomando banho e fazendo as unhas ou um garoto passeando por um parque de diversões abandonado, caminham lado a lado com cenas sombrias e opressivas em que Kobayashi e seus seguidores se comportam como Stalin e seus capangas. Para mim também não ficou muito claro porque o filme se passa no Japão, afinal de contas. Mas, assim é a cabeça de Wes Anderson; nem sempre tudo pode ser explicado.

      Independente disso, Ilha de Cachorros possui um charme considerável. Anderson constrói uma animação inteligente e confrontadora, de concepção visual ousada e carregada de boas intenções. Anderson é claramente um admirador dos cães, e o filme fala ao coração de todos que compartilham da paixão do diretor por nossos queridos amigos peludos. Eu, como sou um destes admiradores, adorei o filme.

      Ilha de Cachorros estreia nos cinemas brasileiros no dia 14 de Junho.

      Tags : Alexandre Desplat, animação, Bryan Cranston, cachorro, cinema, crítica, Crítica Ilha de Cachorros, Dog, F. Murray Abraham, Filmes, Ilha de Cachorros, Isle of Dogs, Isle of Dogs Review, Movies, Review, Scarlett Johansson, Tilda Swinton, Trailer, Wes Anderson
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      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic é roteirista de longa-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Hoje veste a camisa do Portal Luiz Andreoli com muito orgulho.

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