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      Crítica: Dark Crimes (2018)

      Eduardo KacicEduardo Kacic
      abril 17, 2018
      Cinema
      2 Comentários
      11
      Crítica: Dark Crimes (2018)

      Em 2013, um pequeno e impetuoso exemplar do novo cinema grego chocou e cativou não só este que vos escreve, mas também plateias do mundo todo. O filme era Miss Violence (cuja crítica você confere aqui no Portal do Andreoli), produção que ao lado de filmes como Dente Canino (Dogtooth/Kynodontas, 2009) e Alpes (Alps/Alpeis, 2011), ambos dirigidos por Yorgos Lanthimos, definitivamente colocou o cinema pungente e sem concessões do país no mapa do cinema mundial. Miss Violence foi dirigido por Alexandros Avranas, jovem cineasta grego, assim como Lanthimos, e a dupla de jovens e energéticos cineastas logo foi convidada a trabalhar em terras americanas. Lanthimos se saiu melhor. Seus fortes e inusitados dramas O Lagosta (The Lobster, 2015) e o recente O Sacrifício do Cervo Sagrado (cuja crítica você também confere aqui no Portal do Andreoli), conquistaram a crítica internacional, deixando em suspense qual seria o primeiro passo de Avranas em Hollywood.

      Surpreendentemente, a estreia internacional de Avranas não foi exatamente em terras ianques. Filmado na Cracóvia, Polônia, em 2016, e exibido no Festival de Varsóvia do mesmo ano, este thriller Dark Crimes (EUA, UK, POL, 2016) é uma co-produção americana, inglesa e polonesa, que além do diretor grego, traz ainda um excelente elenco internacional, que infelizmente é desperdiçado em um produto final confuso e que reflete seus problemáticos bastidores e pós-produção, que acabou por impedir que até hoje, mais de dois anos depois de sua exibição no citado Festival de Varsóvia, o filme recebesse um lançamento no circuito cinematográfico mundial. Dark Crimes finalmente será distribuído nos cinemas americanos à partir do mês que vem (Maio/2018).

      Dark Crimes é baseado em um fascinante artigo publicado no periódico New Yorker, batizado de True Crime: A Postmodern Murder Mystery, escrito em formato de crônica pelo jornalista americano David Grann, que discorre sobre a investigação de um homicídio pelo qual um carismático escritor eventualmente acaba sendo condenado. Eu consegui pela internet uma cópia em PDF do artigo escrito por Grann e que dá origem ao filme, e particularmente fiquei bem negativamente surpreso com as liberdades que o roteirista belga Jeremy Brock (do excelente O Último Rei da Escócia, 2006) tomou em seu roteiro, distanciando-se terrivelmente do cerne do artigo de Grann.

      O filme segue seu protagonista, um excêntrico policial polonês chamado Tadek (Jim Carrey, excelente mais uma vez, e o grande chamariz do filme), também conhecido como “o último policial honesto da Polônia”, de acordo com seu parceiro, Piotr (Vlad Ivanov, de Snowpiercer: O Expresso do Amanhã), que parece ser o único amigo de Tadek dentro da corporação. Tadek é meticuloso e impassível, e sua vida familiar ao lado da esposa (Agata Kulesza, do belo drama Ida, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2014), e sua filha adolescente é notável por seus longos silêncios. Ou seja, Tadek é o tipo de homem que respira trabalho, o tipo de tira solitário que permeia tantas outras produções do gênero no cinema e TV.

      O policial acaba obcecado por um caso envolvendo a morte de um homem ocorrida em uma boate com requintes de sadomasoquismo, cuja clientela inclui o escritor de sucesso Kozlow (Marton Csokas, do drama Loving, cuja crítica também está disponível aqui no Portal do Andreoli). Acontece que, em um dos livros publicados por Kozlow, existe a descrição de um assassinato cujos detalhes coincidem totalmente com os do crime acontecido na boate, colocando o escritor-celebridade no topo da lista de suspeitos. Nem é preciso dizer que as complicações surgem aos montes dentro do caso, envolvendo Tadek em algo que pode estar muito além de sua alçada.

      Dark Crimes começa de maneira promissora, com uma sequência que lembra até a abertura cabulosa do drama porradeiro Irreversível, dirigido por Gaspar Noé, em 2002. A cena se passa nos confins da tal boate de S&M, e é repleta de nudez, violência, sexo e degradações de todos os tipos, tudo isso acompanhado de um score musical de arrebentar os tímpanos do espectador, à cargo de Richard Patrick e Tobias Enhus. A sequência é atordoante, e evidencia a mesma mão pesada de Avranas em seu Miss Violence. O diretor então conduz seu filme de maneira calculada e calibrada para obter o efeito desejado sobre o público. As ruas são opacas e sem vida, os cômodos sempre fotografados à meia-luz, e os corredores sempre estreitos e sufocantes. Algumas sequências, incluindo a que Kozlow enfrenta um detector de mentiras, são estranhamente risíveis, e fica a dúvida se este humor involuntário também era algo calculado por Avranas.

      É curioso também observar o multi-cultural elenco do filme. Avranas e sua diretora de casting, Marta Kownacka, conseguiram reunir um notável conjunto de talentos oriundos de vários lugares do globo: O canadense Jim Carrey, a francesa Charlotte Gainsbourg (Ninfomaníaca, de Lars Von Trier), o russo Vlad Ivanov, o húngaro Marton Csokas (cuja encarnação de seu Kozlow é puro sarcasmo e desprezo), e a ótima veterana finlandesa Kati Outinen (O Homem Sem Passado, 2002), no papel da superiora linha-dura de Tadek. Todos no cast estão ótimos, e o trio de protagonistas, Carrey, Csokas e Gainsbourg (no papel da misteriosa namorada do escritor), faz valer a sessão, especialmente Gainsbourg, cuja performance é a mais rica em nuances. Carrey, como sempre, faz valer o show somente pela presença, e nunca deixa de ser curioso observar o ator fora da sua zona de conforto que sempre foi a comédia.

      Felizmente, Dark Crimes também ganha vida em seus momentos derradeiros, onde um monólogo da personagem de Gainsbourg finalmente providencia uma solução relativamente satisfatória para o que vinha sendo um exageradamente confuso e atordoante quebra-cabeças, distante milhas e milhas do artigo no qual o filme é baseado. E apesar dos problemas que tiram bastante do brilho deste Dark Crimes, a direção sempre ousada de Avranas e seu elenco fenomenal e afiado, dão à este thriller a chance de ser apreciado pelos fãs do bom cinema. Afinal, como Avranas faz questão de deixar bem claro desde o primeiro frame de seu filme, em nenhum momento Dark Crimes deveria ser um filme bonito.

      Dark Crimes não tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros, e deve chegar ao país diretamente através do mercado de streaming e VOD.

       

      Tags : Agata Kulesza, Alexandros Avranas, Charlotte Gainsbourg, cinema, Cinema Grego, Crítica Dark Crimes, Crítica True Crimes, Dark Crimes, Dark Crimes Review, David Grann, Filmes, Jeremy Brock, Jim Carrey, Kati Outinen, Marton Csokas, Movies, Polônia, Richard Patrick, Suspense, The New Yorker, Thriller, Tobias Enhus, True Crimes, True Crimes Review, Vlad Ivanov, Yorgos Lanthimos
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      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic é roteirista de longa-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Hoje veste a camisa do Portal Luiz Andreoli com muito orgulho.

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      Comentários ( 2 )

      1. ResponderRoberto Tchucow
        4 de junho de 2018 at 11:09

        A história é boa, mas o filme é uma merda. Esses atores em fim de carreira aceitam fazer qq coisa para ganhar um cachê. É uma pena! Vide filmes com Nicolas Cage, Antonio Banderas etc.

      2. ResponderToni
        25 de setembro de 2018 at 07:52

        Já se passaram um bom tempo, cadê o filme?

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