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      Crítica: Come to Daddy (2019)

      Eduardo KacicEduardo Kacic
      janeiro 10, 2020
      Cinema
      1 Comentário
      8
      Crítica: Come to Daddy (2019)

      Come to Daddy (IRL/CAN/NZ/EUA, 2019), começa citando Shakespeare e Beyoncé na mesma cena, e as coisas só ficam mais malucas deste ponto em diante. Independente de suas maluquices, a estreia na direção do jovem Ant Timpson é uma selvagem, imprevisível e hilariante saga sobre uma sangrenta reunião entre pai e filho, que traz ainda um surpreendente grau de confiança na estranha (e até ingênua) natureza do material. Trata-se de uma história sentimental sobre morte e redescoberta que explode em violento caos, mas que sempre mantém uma conexão honesta com seu tema central.

      Timpson, cujos créditos como produtor incluem o grotesco mindfuck The Greasy Strangler (cuja crítica também está disponível aqui no Portal do Andreoli), certamente mostra ter tudo sob controle em seu filme, mas é seu protagonista, o eterno Frodo Elijah Wood quem insere coração na empreitada. No papel de um perplexo pária chamado Norval, o ator entrega um dos mais ternos personagens de sua carreira: um hipster de olhos grandes e bigodinho que esconde suas inseguranças por trás de suas roupas chamativas e suas mentiras. Quando Norval aparece na remota mansão à beira-mar de seu pai desaparecido, logo no inicio do filme, ele vaga por um cenário natural vasto e vazio enquanto o vento sopra. Ele então se detém, suas feições indicam confusão e até medo. Esta é a primeira indicação de que estranhas circunstâncias se aproximam. E elas estão fora de seu controle.

      O peculiar gosto visual de Timpson prepara o palco para um thriller elegante, e o primeiro ato de Come to Daddy se desenrola como um suspense dark e cômico. Quando Norval chega na mansão, ele se apresenta ao homem sério de olhos cruéis que o recebe (Stephen McHattie, de Watchmen), como seu filho. O homem parece confuso, curioso mas não exatamente exultante pela chegada de Norval, mesmo com o fato de que Norval diz possuir uma carta escrita por seu pai e pedindo para seu filho distante o visitar. Sem conviver com o pai desde que era uma criança, Norval parece ansioso para desenvolver uma relação de pai e filho com o velho.

      Porém, o personagem de McHattie (que parece ter sido envelhecido no uísque), já deixa claro que um reencontro afetuoso está fora de questão. Quando a dupla se estabelece na sala de estar, o homem começa a humilhar e intimidar Norval, e mais tarde, até ameaça violentamente o pobre infeliz, durante um ataque de fúria motivado pelo álcool. Norval, cujo complicado histórico familiar levou ele próprio ao abuso de substâncias, mal consegue processar o que está acontecendo, e quando as circunstâncias tomam um rumo ainda mais medonho, ele subitamente se encontra sozinho na enorme propriedade, contemplando seu turbilhão emocional em paralelo com o dramático cenário oceânico ao fundo. Mas não por muito tempo.

      Falar mais sobre as surpreendentes complicações que colocam Norval em perigo e levam a novas revelações sobre seu passado, estragaria muitas das reviravoltas da trama. Timpson consegue preencher a duração de seu filme graças a uma construção lenta porém sempre vibrante e enigmática. Depois que Norval escuta alguns barulhos estranhos à noite, ele começa a suspeitar que está sendo assombrado por seus próprios demônios, porém a realidade revela-se muito mais chocante e absurda. À medida em que o filme entra num ritmo acelerado e de natureza mais cruel, Come to Daddy perde um pouco de sua natureza intrigante de sua primeira metade. Mas quando Norval precisa enfrentar uma verdadeira sequência de ameaças à sua vida, o filme se consolida como um diferente tipo de escapismo.

      Com uma vibe que vai desde os primeiros trabalhos de Peter Jackson até o clássico Evil Dead, o caos crescente da narrativa chega a níveis implacáveis, principalmente pelo fato da trama se desenrolar em apenas um ambiente, garantindo um aspecto claustrofóbico à produção. É justamente neste local onde dois personagens, interpretados pelos excelentes Michael Smiley (Kill List, Free Fire: O Tiroteio) e Martin Donovan (Meu Amigo Enzo), e cuja natureza também não revelarei para manter a trama o mais imprevisível possível, se tornam elementos centrais para a sobrevivência de Norval, à medida em que ele se envolve cada vez mais em uma situação pela qual ele não esperava. E de uma maneira inesperada, os cabulosos eventos se tornam uma metáfora ideal para o sempre complicado processo de se confrontar os laços de família que foram rompidos há muito tempo.

      Uma vez que o escopo geral deste drama familiar é revelado, Come to Daddy luta para manter sua energia insana durante todo o ato conclusivo, e seu confronto final se desdobra como um excêntrico sketch cômico pontuado por um acontecimento violento tão bizarro e cartunesco que acaba por fortalecer as bases da história e do filme como um todo. Vale ressaltar a fantástica performance de Wood ao longo de todo o processo, cujo olhar de espanto em seus gigantescos e desproporcionais olhos azuis valoriza cada nova reviravolta do roteiro.

      Quando Norval finalmente chega a uma climática possibilidade de reconciliação, aquela que o personagem buscava desde o início, as coisas não acontecem da maneira como ele imaginou, e o filme encontra um inesperado caminho para concluir a saga de seu protagonista, que ilustra a confiança de Timpson em seu estranho material e nos alicerces do gênero. No final das contas, tudo subitamente se encaixa: A conclusão invoca uma série de significativas imagens que transmitem a ideia de que pessoas cruéis ainda possuem o potencial para a empatia, e que os laços de família podem transcender mesmo a mais sangrenta das circunstâncias.

      Come to Daddy não tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros, e deve chegar ao país diretamente através de sistemas de streaming e VOD.

      Tags : Ant Timpson, cinema, Come to Daddy, Come to Daddy Crítica, Come to Daddy Filme, Come to Daddy Movie, Come to Daddy Review, Come to Daddy Trailer, comédia, Crítica Come to Daddt, Elijah Wood, Filme Come to Daddy, Filmes, Gore, Horror, Martin Donovan, Michael Smiley, Movie Trailer, Movies, Stephen McHattie, Suspense, Terror, Thriller, Trailer, Trailer Come to Daddy
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      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic é roteirista de longa-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Hoje veste a camisa do Portal Luiz Andreoli com muito orgulho.

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      Comentário ( 1 )

      1. ResponderMárley
        25 de fevereiro de 2020 at 19:41

        Vou ser direto: até o 1/3..o filme se apresenta ótimo e instigante…depois cai num enredo mal construído…com atuacoes terríveis e forçadas… situações nada críveis e um final coerente com essa porcaria que me consumiu quase uma hora e meia (fui obrigado a acelerar o filme, tamanha a chatice e td mais)… Boa sorte a quem se aventurar…e lembro: opinião cada um tem a sua…abs

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