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      Crítica: Capitão Fantástico (Captain Fantastic)

      Eduardo KacicEduardo Kacic
      dezembro 20, 2016
      Cinema
      1 Comentário
      6
      Crítica: Capitão Fantástico (Captain Fantastic)

      Em tempos cada vez mais caóticos, cercada pela violência e a desmoralização de valores, a sociedade moderna sucumbe lentamente (ainda que cada vez mais rápido) às suas próprias armadilhas. Este relevante Capitão Fantástico (Captain Fantastic, EUA, 2016), coloca seu intrépido protagonista e família em um cenário onde, longe da loucura da cidade grande, ou mesmo da vida em comunidade, tudo parece perfeito, puro e com propriedades idílicas. Entretanto, não é bem assim…

      O protagonista é o idealista Ben Cash (Viggo Mortensen, impecável), um professor que ao lado da mulher, Leslie (Trin Miller), que sofre de transtorno bipolar, decidiu anos atrás, mudar-se para a floresta, onde construiu uma funcional propriedade que serve de lar para o casal e seus seis filhos. Extremamente cultos, Ben e Leslie educaram seus filhos em casa durante vários anos, com uma rigorosa educação física e intelectual. Entretanto, quando a morte de Leslie força a família a deixar o local onde vivem, Ben vê os valores que tanto prezou na educação dos filhos serem desafiados, uma vez que os jovens descobrem o verdadeiro mundo onde vivem.

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      Capitão Fantástico é uma das obras mais questionadoras do ano, ainda que sua natureza seja leve e até engraçada. É também uma obra que apresenta um dos protagonistas mais únicos a surgir no cinema nos últimos anos. O Ben Cash (seria o sobrenome irônico de propósito?) de Viggo Mortensen é literalmente uma figura, e suas atitudes ao mesmo tempo causam admiração e contestação por parte do público. Ben é um pai exemplar, que tutoriou os filhos ao ponto da genialidade, mas que ao mesmo tempo, esqueceu de prepará-los para o mundo real, onde não só o que está nos livros tem validade. Prova disso é a personificação de seu filho mais velho, Bodevan (o ótimo George MacKay, da série 11.22.63), um verdadeiro gênio quando trata-se de conhecimento literário, mas que não é capaz de manter uma simples conversa com alguém, ou mesmo um mínimo convívio social.

      Muito bem escrito e dirigido por Matt Ross, ator de filmes como Psicopata Americano (American Psycho, 2000) e O Aviador (The Aviator, 2004), e que aqui entrega apenas seu segundo trabalho como roteirista e diretor, mostrando imensa maturidade, Capitão Fantástico leva o público à reflexão, forçando-o a rever alguns de seus próprios valores. Ben baseia a educação de sua prole nos pilares do socialismo (ao invés do Natal, Ben comemora o “Noam Chomsky Day”, por exemplo), além de considerar como fascista a grande maioria da sociedade ocidental, especialmente a America corporativa. Dentro deste contexto, a educação de Ben foi bem sucedida. Seus filhos seguem ao pé da letra os valores impostos pelo pai, e todos, mesmo os pequenos, sabem cuidar de si próprios. Contudo, os jovens simultaneamente caem em um completo estado de alienação, que os impede de viver em sociedade e interagir com outros, evidenciando que os extremos, tanto em um polo quanto em outro, nunca fazem parte do cenário ideal.

      A narrativa da produção é rica e socialmente relevante, principalmente nas sequências que colocam em xeque a doutrina de Ben para suas crianças. E tais sequências ganham força na interpretação de seu elenco coadjuvante, com nomes como Kathryn Hahn (Foi Apenas um Sonho, 2008) e Steve Zahn (Clube de Compras Dallas, 2013), que interpretam a irmã de Ben e o tio das crianças, respectivamente, além dos ótimos veteranos Frank Langella (Frost/Nixon, 2008) e Ann Dowd (das séries Quarry e The Leftovers), no papel dos avós maternos das crianças, que guardam rancor de Ben pela morte prematura da filha. Atenção à ótima sequência de diálogos na sequência do jantar envolvendo Ben, seus filhos e os personagens de Hahn e Zhan. Simplesmente primorosa. Todos os intérpretes dos filhos do protagonista são extremamente talentosos e bonitos, apesar da pouca idade, mas é mesmo Mortensen o dono absoluto do show, em uma performance emocionante e cativante, merecedora de qualquer prêmio que possa vir a ser indicada.

      A produção decepciona um pouco em seu terço final, quando abandona o tom mais maduro e embarca de vez em uma jornada um tanto improvável envolvendo o destino das cinzas de Leslie, que tinha um desejo para elas em seu testamento. Apesar da ideia louvável, a aventura simplifica demais as resoluções finais do roteiro de Ross, além de, em minha opinião, simplesmente desconsiderar a questão dos avós das crianças, o que achei imperdoável.

      Entretanto, está na própria natureza deste Capitão Fantástico questionar e confrontar o status quo, doa a quem doer. É uma produção que consegue ser corajosa e polêmica, sem deixar de ser doce, amarga e edificante, exatamente como amadurecer fora de sua zona de conforto.

      Ah sim, você deve estar se perguntando quem diabos é Noam Chomsky. Chomsky é um liguista, filósofo, cientista, historiador, crítico social e ativista político (ufa!) norte-americano, considerado “o pai da linguagem moderna”.

      Capitão Fantástico estreia nos cinemas brasileiros no dia 22 de Dezembro.

      Tags : Ann Dowd, Capitão Fantástico, Captain Fantastic, Captain Fantastic Review, Captain Fantastic Trailer, crítica Capitão Fantástico, Frank Langella, George MacKay, Kathryn Hahn, Matt Ross, Noam Chomsky, Steve Zahn, Trin Miller, Viggo Mortensen
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      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic é roteirista de longa-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Hoje veste a camisa do Portal Luiz Andreoli com muito orgulho.

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      Comentário ( 1 )

      1. ResponderLu
        20 de maio de 2017 at 22:05

        M A R A V I L H O S O!

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