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      Crítica: Beautiful Boy (2018)

      Eduardo KacicEduardo Kacic
      outubro 5, 2018
      Cinema
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      10
      Crítica: Beautiful Boy (2018)

      Em 2015, tive a oportunidade de assistir na sala CineSesc em São Paulo ao drama Alabama Monroe (The Broken Circle Breakdown), filme dirigido pelo diretor belga Felix van Groeningen. Assim como praticamente todos os espectadores que acompanharam o filme naquele dia, saí do cinema completamente devastado emocionalmente. Confesso que não consigo lembrar de outro filme, que veio antes ou depois de Alabama Monroe, que teve tamanho impacto emocional sobre mim. É por isso que considero que os produtores deste Beautiful Boy (EUA, 2018), não poderiam ter feito uma escolha mais acertada do que colocar Groeningen no comando da produção, que consiste em outro duro e arrasador mergulho nas perturbadas águas da alma humana, neste caso, uma alma consumida pelas drogas.

      O drama do vício já rendeu alguns bons e pertinentes exemplares cinematográficos, como Rush: Uma Viagem ao Inferno (Lili Fini Zanuck, 1991), Réquiem Para um Sonho (Darren Aronofsky, 2000), Despedida em Las Vegas (Mike Figgis, 1995), só para citar alguns, e aqui não é diferente. Em Beautiful Boy, o público acompanha o rastro destrutivo das drogas em uma confortável família classe-média americana, cujas dolorosas passagens são lembradas pelo filho adolescente viciado em metanfetamina, Nic (a sensação Timothée Chalamet, do badalado Me Chame Pelo seu Nome e do western Hostiles, cuja crítica você também pode conferir aqui no Portal do Andreoli), e por seu amoroso pai, David (o sempre fenomenal Steve Carell (do excelente drama A Melhor Escolha, cuja crítica você também pode conferir aqui no Portal). As fortes e comprometidas performances de ambos e o opressivo sentimento que paira no ar por se tratar de uma história real, solidificam um filme altamente pessoal que gira em torno do vício e suas idas e vindas de maneira episódica, e inevitavelmente trágica.

      A longa duração do filme, aliada à dor tão cruamente e convincentemente retratada em cena, pode até ser um impedimento para o grande público. Entretanto, em um Estados Unidos hoje devastado pelo vício em metanfetamina, Beautiful Boy fala fundo ao coração de inúmeras famílias na mesma situação. Pode parecer um clichê barato, mas não é. Só quem vive o pesadelo das drogas sabe que qualquer ajuda bem intencionada que surja, é bem-vinda.

      Groeningen dirige seu filme de maneira resoluta: qualquer flashback que remeta à momentos felizes da família, serve apenas para contrastar com o que virá a seguir. Tais flashbacks são a espinha dorsal da narrativa, que é pontuada por uma sensacional e relevante trilha-sonora que deriva das preferências musicais da família, que vão de Nirvana a Neil Young, passando pela canção de John Lennon que dá nome ao filme. Tais escolhas na trilha-sonora ganham um aspecto sombrio, uma vez que enquanto as canções tocam, geralmente Nic está na rota destrutiva da droga. O público sente-se preso no mesmo ciclo vicioso que a família protagonista.

      Uma espécie de sentimento de culpa é o que parece mover David e Nic desde o início, quando Nic, ainda criança e filho de pais separados, era enviado sozinho em um avião para Nova York todo verão. David casou-se novamente, com a solidária artista Karen (Maura Tierney, da série The Affair), e juntos tiveram mais dois filhos, muito mais novos que Nic. David tem um bom emprego como jornalista, o que permite uma vida de conforto para a família, e a faculdade está no horizonte do brilhante estudante Nic, até que sua experimentação com drogas mais leves leva à um destruidor vício em metanfetamina.

      Beautiful Boy faz algumas interessantes observações. O mau hábito de Nic é introspectivo e solitário, uma vez que ele ensina a si mesmo como injetar a droga, sem recorrer à internet ou algum amigo. Groeningen não ameniza no tom, e retrata em detalhes a pesada realidade do vício. Nic mente, rouba, perde peso, sofre diversas overdoses, e Chalamet brilha no papel do jovem que sabota sua própria vida sem nunca ser mesmo capaz de expressar o porquê. Carell mais uma vez está soberbo no papel ingrato de um pai estupefato pela cada vez mais próxima e eventual perda de seu amado filho para o vício. Não me surpreenderei se ambos forem indicados na mesma categoria de Melhor Ator nos Academy Awards no ano que vem.

      No elenco de apoio, Amy Ryan (de Medo da Verdade e Birdman) também está ótima no papel de Vicki, a mãe de Nic, e o filme conta com uma pequena participação de Timothy Hutton, que em 1980, era praticamente o Chalamet de sua época, e também interpretou o filho perturbado de uma família classe-média no drama Gente como a Gente (Ordinary People), atuação que lhe valeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante sob a direção de Robert Redford, também oscarizado pelo filme.

      Um dos aspectos mais dolorosos de Beautiful Boy é a maneira com que a auto-destruição de Nic reflete em sua família e nas pessoas que o amam, principalmente seu pai. Deixando a droga de lado, a faceta mais bem sucedida do filme é o retrato do amor entre pai e filho e todas as pressões, culpa e expectativas que acompanham esse amor. É neste aspecto inclusive, que Beautiful Boy ressoa mais forte no coração do espectador.

      Beautiful Boy ainda não tem data de estreia definida nos cinemas brasileiros, mas deve ter a data definida em breve.

      Tags : Amy Ryan, Beautiful Boy, Beautiful Boy Review, cinema, crítica, Crítica Beautiful Boy, Drama, drogas, Felix van Groeningen, Filmes, Maura Tierney, Movies, Review, Steve Carell, Timothée Chalamet, Timothy Hutton, vício
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      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic é roteirista de longa-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Hoje veste a camisa do Portal Luiz Andreoli com muito orgulho.

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