• Home
  • Contato
Ir para...
    Luiz Andreoli Luiz Andreoli
    • Home
    • Perfil
    • Colunistas
      • Luiz Andreoli
      • Ana Maria Lessa
      • Ane Bueno
      • Arthur Gimenes Prado
      • Cássio Manga
      • César Romão
      • Dayanna Paiva
      • Edson Andreoli
      • Eduardo Kacic
      • Fabio Muniz
      • Fabíola Calixto
      • Fernando Calmon
      • Imaculada So
      • Iramaia Loiola
      • João Eduardo Dmitruk
      • Jorge Lordello
      • Juliana Oliveira
      • Kacau
      • Lilian Schiavo
      • Márcia Sakumoto
      • Milena Wydra
      • Paty Santos
      • Rachid
      • Regina Pitoscia
      • Rodrigo Donati
      • Sônia Pezzo
      • Sueli Oliveira
      • Valéria Gimenes
    • Esportes
    • Entretenimento
      • Variedades
    • Saúde
    • Gastronomia
    • Moda
    • Galeria
      • Livros
      • Fotos
    • Contato
    Ir para...

      Crítica: A Gangue (The Tribe/Plemya)

      Eduardo KacicEduardo Kacic
      outubro 7, 2016
      Cinema
      0 Comentário
      11
      Crítica: A Gangue (The Tribe/Plemya)

      Nesta semana, vou abordar minha coluna aqui no Portal do Andreoli de maneira um pouquinho diferente. Geralmente, costumo falar sobre os lançamentos da semana ou do mês, mas hoje vou falar de uma sensacional produção exibida na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2014. Bem pouco conhecida do grande público, trata-se de uma produção que merece ser descoberta.

      Como cinéfilo, seria inaceitável que eu não assistisse este A Gangue (The Tribe/Plemya, Ucrânia, 2014), dada a original (e acredito eu), inédita maneira genial e ousada com que o filme foi concebido: A produção é toda interpretada através da linguagem de sinais, sem tradução, narração ou legenda.

      E para quem pensa que esta estrutura tira de alguma maneira o impacto do filme, está redondamente enganado. Sem dúvida a produção mais forte e pungente exibida na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, A Gangue é – desculpem a linguagem chula – uma tremenda porrada na cara do espectador.

      the-tribe-sfw

      Mas para falar de A Gangue, é preciso primeiro entender um pouco o delicado (para usar um termo modesto), momento atual da Ucrânia, país de origem da produção.

      Com o fim da Guerra Fria, a Ucrânia se tornou um país dividido. Uma metade ocidentalizada e outra ainda com fortes ligações com a Rússia (cerca de 20% da população ucraniana é russa, étnica e culturalmente falando).
      Recentemente, após o rompimento de um acordo entre a Ucrânia e a União Europeia, que fundamentalizou ainda mais as relações do país com a Rússia, boa parte da população do país foi às ruas para protestar contra a decisão, e inúmeros conflitos persistem no país até os dias de hoje.

      Hoje, a população do país dividida entre pró-russos e pró-UE, tenta sobreviver à ataques de ambos os lados do conflito, em um território empobrecido e brutalizado pelo confronto e pela grave crise econômica europeia, que se reflete com mais força nos países mais pobres da Europa, como é o caso da Ucrânia.

      É neste contexto de ruptura que A Gangue insere seu protagonista, Sergey (Grigoriy Fesenko), um jovem surdo e mudo que chega à um internato especializado em menores com a mesma deficiência do protagonista. No entanto, bastam poucos instantes para Sergey perceber que o local abriga uma verdadeira rede criminosa, aparentemente administrada por um grupo formado pelos próprios menores, que envolve roubo, contrabando, violência e exploração sexual.

      the-tribe-image

      A Gangue escrutina e escancara impiedosamente o momento catastrófico enfrentado pela Ucrânia, e o papel desesperador dos jovens da nação, cuja existência sem propósito passa a impressão de um impiedoso abandono por parte dos governantes da nação. O título original do filme, inclusive – The Tribe (A Tribo, na tradução) – se encaixa com perfeição ao contexto da produção, já que os jovens protagonistas do filme não pertencem a lugar nenhum neste desolador cenário em que se ambienta a trama de A Gangue. O único lugar a que pertencem são entre os seus, entre a sua “tribo”.

      Absurdamente bem dirigida pelo também ucraniano Miroslav Slaboshpitsky, a produção demonstra um pioneirismo inédito no cinema, dada a sua concepção e execução nada habitual. É admirável o esforço de Miroslav e de seu desconhecido e jovem elenco, que conseguem segurar um filme de mais duas horas de duração, e onde 90% do público (que, assim como eu, não compreende a linguagem de sinais), não entende absolutamente nada do que está sendo “dito”, e que consegue seguir apenas o fio condutor da narrativa. Slaboshpitsky e seu elenco também se engajaram de corpo e alma em sequências fortíssimas, repletas de violência desmedida e sexo quase explícito. A sequência em que uma das personagens faz um aborto em uma clínica clandestina, é nauseante, e fez com que várias pessoas abandonassem a sala de cinema onde assisti ao filme.

      É claro que tal estrutura inusitada da concepção do filme em certos momentos cobra seu preço. Algumas sequências, justamente por não existir este entendimento por parte do público, acabam sendo cansativamente estáticas demais, e uma sequência em particular, na qual fica explícito o conluio dos administradores do internato com as atividades ilícitas que acontecem lá dentro, acaba soando exageradamente caricata. Mas nada que chegue nem perto de diminuir o impacto do filme.

      A Gangue é uma experiência crua. Um filme brutal como poucos que já vi. Uma produção que faz a inegável conexão entre a explícita deficiência na comunicação entre os governantes de um país jogado às traças, com os membros de sua sofrida nação. Aos garotos surdo-mudos do filme, o que sobra é o resto do resto. Infelizmente, não é só o amor que não precisa de linguagem para ser demonstrado. A violência também não.

      Tags : A Gangue, crítica A Gangue, Drama, Linguagem de Sinais, Miroslav Slaboshpitsky, Mostra Internacional de Cinema de SP, Plemya, Plemya Review, Surdo e Mudo, The Tribe, The Tribe Review, Ucrânia
      Compartilhar :
      • Facebook
      • Twitter
      • Google+
      • Pinterest
      • Linkedin
      • E-mail
      Brasil goleia e fica a dez pontos da Copa 2018
      Próximo artigo
      Brasil goleia e fica a dez pontos da Copa 2018
      Tite vai tentar sua terceira vitória consecutiva na Seleção
      Artigo anterior
      Tite vai tentar sua terceira vitória consecutiva na Seleção
      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic é roteirista de longa-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Hoje veste a camisa do Portal Luiz Andreoli com muito orgulho.

      Posts relacionados

      • Cinema fevereiro 27, 2021

        Crítica: Knocking (Knackningar) | 2021

        Crítica: Knocking (Knackningar) | 2021
        Cinema fevereiro 24, 2021

        Crítica: Violation (2020)

        Crítica: Violation (2020)
        Cinema fevereiro 17, 2021

        Crítica: The Stand - Série

        Crítica: The Stand – Série Completa (2020)
      • Cinema fevereiro 12, 2021

        Crítica: Willy's Wonderland (2021)

        Crítica: Willy’s Wonderland (2021)
        Cinema fevereiro 6, 2021

        Crítica: Stray (2020)

        Crítica: Stray (2020)
        Cinema janeiro 30, 2021

        Crítica: Anônimo (Nobody) | 2021

        Crítica: Anônimo (Nobody) | 2021

      Deixe um comentário

      Clique aqui para cancelar a resposta.

      Slideshow

      • Milena Wydra: Apenas uma pausa
        Cadê minha advogada?, Variedades fevereiro 28, 2021
        Milena Wydra: Apenas uma pausa
      • Lilian Schiavo: Lugar de mulher
        A Psicóloga, Variedades fevereiro 28, 2021
        Lilian Schiavo: Lugar de mulher
      • Crítica: Knocking (Knackningar) | 2021
        Cinema fevereiro 27, 2021
        Crítica: Knocking (Knackningar) | 2021
      • Iramaia Loiola: Qual a temperatura correta para degustar o QueridoVinho?
        Querido Vinho, Variedades fevereiro 27, 2021
        Iramaia Loiola: Qual a temperatura
      • Edson Andreoli: Como treinar as panturrilhas?
        Fitness, Variedades fevereiro 27, 2021
        Edson Andreoli: Como treinar as

      Tags

      A Psicóloga Arquitetura Arte Bem-estar Bendito Pão Boulangerie Cadê minha advogada? Carros Cavalos Cinema Circuito ABC Criando Sorissos Cultura E aí, doutora? Elas no Esporte Empreendedorismo Feminino Equilíbrio Esportes Estilo & Imagem Fisio Fitness Gastronomia Humor Imóveis Itália Mia! Japão Maternidade Moda Motivação Mulher Mundo Pet Mundo Teen Nossa Língua Olimpíadas 2016 Pet Planejamento Financeiro Portal News Querido Vinho Saúde Segurança Sexo Só Esporte Variedades Vinhos É da Sua Conta

      cadastre-se

      Copyright 2017 Luiz Andreoli