• Home
  • Contato
Ir para...
    Luiz Andreoli Luiz Andreoli
    • Home
    • Perfil
    • Colunistas
      • Luiz Andreoli
      • Ana Maria Lessa
      • Ane Bueno
      • Arthur Gimenes Prado
      • Cássio Manga
      • César Romão
      • Dayanna Paiva
      • Edson Andreoli
      • Eduardo Kacic
      • Fabio Muniz
      • Fabíola Calixto
      • Fernando Calmon
      • Imaculada So
      • Iramaia Loiola
      • João Eduardo Dmitruk
      • Jorge Lordello
      • Juliana Oliveira
      • Kacau
      • Lilian Schiavo
      • Márcia Sakumoto
      • Milena Wydra
      • Paty Santos
      • Rachid
      • Regina Pitoscia
      • Rodrigo Donati
      • Sônia Pezzo
      • Sueli Oliveira
      • Valéria Gimenes
    • Esportes
    • Entretenimento
      • Variedades
    • Saúde
    • Gastronomia
    • Moda
    • Galeria
      • Livros
      • Fotos
    • Contato
    Ir para...

      As “tops” do Kacic: Crítica: Nancy (2018)

      Eduardo KacicEduardo Kacic
      junho 27, 2020
      Cinema, Variedades
      1 Comentário
      2
      As “tops” do Kacic: Crítica: Nancy (2018)

      Exibido no Festival de Sundance deste ano, o suspense dramático Nancy (EUA, 2018), tem em sua protagonista seu maior trunfo. A bela Andrea Riseborough (do drama vencedor do Oscar Birdman, da sci-fi aventuresca Oblivion e do recente e melhor episódio da quarta temporada da série Black Mirror, Alligator), faz valer como nunca seu prodigioso talento, entregando uma performance colossal, em uma trama muito bem construída e explorada pela roteirista e diretora estreante Christina Choe.

      A primeira coisa que aprendemos sobre a protagonista que dá nome ao filme é que ela é uma mentirosa. Contudo, a escrita afiada de Choe e a performance nervosa de Riseborough utiliza o fato apenas como um ponto de partida. As mentiras de Nancy à princípio soam como sua tentativa para tentar adentrar em um mundo que a iludiu e descartou; uma ninguém de 35 anos que enfileira empregos temporários, que tenta deslanchar em uma improvável carreira como escritora, e que ainda vive na arruinada casa de sua mãe, Betty (papel da excelente Ann Dowd, das séries The Leftovers e The Handmaid’s Tale). Nancy também é obcecada pela internet e por seu celular, e passa horas com o nariz enfiado nas telas, mesmo com as objeções de sua mãe. A relação entre as duas é um barril de pólvora.

      Quando encontramos Nancy pela primeira vez, ela está compenetrada em sua mais recente empreitada: um blog que retrata a recuperação de uma mulher que perdeu um filho, e usa a plataforma para alcançar outros pais que passaram pela mesma tragédia. A questão é que Nancy nunca teve um bebê que tenha morrido (ou teve?) e o nome que ela usa no site não é o dela. Quando ela marca um encontro com um de seus leitores, Jeb (um excepcional John Leguizamo, de Spawn: O Soldado do Inferno), ela chega ao local usando uma barriga falsa, dizendo ao seu amigo da internet que ela está grávida novamente e esperançosa com relação ao futuro. E quando ele jura solenemente que não é um destes “creeps da internet”, tanto ela quanto o espectador precisam lidar com a verdade: a de que ELA é a creep da internet.

      Ainda assim, a emoção que ela evoca através de seus falsos testemunhos afeta Jeb profundamente, e quando mais tarde na trama os dois começam uma discussão em um local tão banal quanto um supermercado, tal momento atinge um verdadeiro soco no estômago do espectador, e mantém Nancy cambaleando pelo restante do filme. Tal momento também coloca em evidência a real questão proposta pela produção: Como colocar um preço na verdade, quando as emoções obliteram toda honestidade?

      Esta questão é o real cerne do que Choe quer abordar em seu Nancy; uma perigosa gangorra onde prevalece sempre a dúvida se Nancy faz o que faz apenas para apimentar sua vida entediante, ou se tais mentiras são na realidade tudo o que ela tem. À medida em que as mentiras ficam cada vez maiores, cresce também o impacto emocional do filme, e a rica performance de Riseborough. Mais à frente na produção, Nancy aparece na vida de um casal que teve a filha sequestrada há cerca de trinta anos atrás. Nancy constata que fisicamente, ela se parece bastante com a imagem de uma projeção de como a menina estaria hoje, postada em um website pelo casal ainda devastado pelo desaparecimento da garota, interpretados pelos ótimos Steve Buscemi (Fargo, Cães de Aluguel) e J. Smith-Cameron (do drama Christine, cuja crítica você também confere aqui no Portal do Andreoli).

      É o suficiente para Nancy colocar seu ocupado cérebro para funcionar (e para fazer a audiência questionar se existe sequer um limite para suas mentiras). Trata-se de uma eletrizante reviravolta, e a prova cabal da habilidade de Choe em mexer com as percepções do público em torno de uma personagem evidentemente mentirosa, mas que evoca um pedido de compreensão por parte do espectador. Ainda que a performance de Riseborough seja a principal atração aqui, o incisivo roteiro de Choe é outro ponto extraordinário da produção. A cineasta estreante capricha nos detalhes, seja em um sutil comentário por parte de Betty, ou em uma única rejeição de um crítico literário, e o status da carreira de Nancy se torna óbvio. E bastam apenas algumas fotografias para evidenciar a magnitude da perturbada patologia da protagonista, e para mostrar como ela atrai as pessoas para seus jogos doentios.

      Brilham também os coadjuvantes Smith-Cameron e Buscemi, em papéis trágicos e delicados. É interessante observar como a Ellen de Cameron se entrega quase de imediato à estranha, enquanto que o Leo de Buscemi tenta resistir até não conseguir mais, em uma sequência de partir o coração. Mas é mesmo Riseborough quem mantém o filme sempre no limite, sedimentando suas reviravoltas e transformando-as em algo assustador e por vezes, até estranhamente compreensíveis.

      As histórias que Nancy conta podem até ser falsas, porém o sentimento por trás delas é muito real. O passado não pode ser mudado, mas sob a ótica da protagonista, o futuro pode ser moldado no que ela quiser.
      Sim, Nancy é uma mentirosa. Porém, o truque aqui é que nós não podemos nos impedir de acreditar nela.

      Nancy não tem previsão de estreia nos cinemas, e deve chegar ao país diretamente através de serviços de streaming e VOD.

      http://https://www.youtube.com/watch?v=U5hYciNCJG4

      Tags : As "tops" do Kacic: Crítica: Nancy (2018), cinema, filme, variedades
      Compartilhar :
      • Facebook
      • Twitter
      • Google+
      • Pinterest
      • Linkedin
      • E-mail
      Lilian Schiavo: Síndrome da impostora
      Próximo artigo
      Lilian Schiavo: Síndrome da impostora
      Iramaia Loiola: Os 10 vinhos da nossa quarentena
      Artigo anterior
      Iramaia Loiola: Os 10 vinhos da nossa quarentena
      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic

      Eduardo Kacic é roteirista de longa-metragens, crítico de cinema, palestrante e tradutor cinematográfico. Criador do extinto blog Gallo Movies, colaborou também com os blogs Formiga Elétrica, Filmes e Games, Humanoides e Mundo Blá! Hoje veste a camisa do Portal Luiz Andreoli com muito orgulho.

      Posts relacionados

      • Tudo é Moda, Variedades fevereiro 26, 2021

        Ane Bueno: A "Moda" sem

        Ane Bueno: A “Moda” sem gênero, genderless ou unissex vem com força total.
        A Chef da Casa, Cozinha fevereiro 26, 2021

        Imaculada So: Uma receita afetiva!

        Imaculada So: Uma receita afetiva!
        Carros, Variedades fevereiro 25, 2021

        Fernando Calmon: Waze ou Google

        Fernando Calmon: Waze ou Google Maps: Qual o melhor?
      • A Psicóloga, Variedades fevereiro 25, 2021

        Sueli Oliveira: Porque as pessoas

        Sueli Oliveira: Porque as pessoas se importam tanto com a opinião do outros.
        Cinema fevereiro 24, 2021

        Crítica: Violation (2020)

        Crítica: Violation (2020)
        Motivação, Variedades fevereiro 24, 2021

        César Romão: Princípio do dar

        César Romão: Princípio do dar

      Comentário ( 1 )

      1. ResponderFabiano
        27 de junho de 2020 at 13:59

        Olá, Eduardo!
        Acompanho sua coluna para informação dos lançamentos/novidades, feliz pelo retorno mesmo sendo de uma críticas/resenha de filme “antigo”.
        Torcemos todos que isso passe logo e que tudo volte ao “novo normal”.
        Abraço!

      Deixe um comentário

      Clique aqui para cancelar a resposta.

      Slideshow

      • Ane Bueno: A “Moda” sem gênero, genderless ou unissex vem com força total.
        Tudo é Moda, Variedades fevereiro 26, 2021
        Ane Bueno: A "Moda" sem
      • Imaculada So: Uma receita afetiva!
        A Chef da Casa, Cozinha fevereiro 26, 2021
        Imaculada So: Uma receita afetiva!
      • Fernando Calmon: Waze ou Google Maps: Qual o melhor?
        Carros, Variedades fevereiro 25, 2021
        Fernando Calmon: Waze ou Google
      • Sueli Oliveira: Porque as pessoas se importam tanto com a opinião do outros.
        A Psicóloga, Variedades fevereiro 25, 2021
        Sueli Oliveira: Porque as pessoas
      • Crítica: Violation (2020)
        Cinema fevereiro 24, 2021
        Crítica: Violation (2020)

      Tags

      A Psicóloga Arquitetura Arte Bem-estar Bendito Pão Boulangerie Cadê minha advogada? Carros Cavalos Cinema Circuito ABC Criando Sorissos Cultura E aí, doutora? Elas no Esporte Empreendedorismo Feminino Equilíbrio Esportes Estilo & Imagem Fisio Fitness Gastronomia Humor Imóveis Itália Mia! Japão Maternidade Moda Motivação Mulher Mundo Pet Mundo Teen Nossa Língua Olimpíadas 2016 Pet Planejamento Financeiro Portal News Querido Vinho Saúde Segurança Sexo Só Esporte Variedades Vinhos É da Sua Conta

      cadastre-se

      Copyright 2017 Luiz Andreoli