César Sacheto: 40 anos depois…

Quatro décadas após a decisão que entrou para a história do Corinthians, o chamado time de Parque São Jorge, no dia do padroeiro do clube, confirmou sua participação na final do Paulistão de 2017. Uma dessas coincidências da vida coloca corintianos e pontepretanos novamente como protagonistas do Estadual.

 

Em 1977, Basílio virou o pé de anjo da Fiel ao marcar o gol que tirou o Corinthians de uma fila de 23 anos (o último caneco tinha sido levantado em 1954).  A conquista é vista até hoje por muitos torcedores como mais importante que a Libertadores e o Mundial, ambos de 2012. A espera e o sofrimento ajudaram a compor o mito do time do povo, da expressão “corintiano, maloqueiro e sofredor”.

 

A Ponte Preta tinha um timaço naquela época. Para mim, melhor que o elenco adversário. Mas, o destino não quis que a parte alvinegra de Campinas comemorasse. Duas temporadas depois, os dois times voltaram a decidir o Campeonato Paulista e, novamente, o Corinthians foi melhor. Nessa época, o Timão já tinha um time com mais qualidade. Sócrates já desfilava sua classe com a camisa 9. Depois, a Ponte Preta ainda perderia mais duas finais: em 1981 (São Paulo) e em 2008 (Palmeiras).

 

Longe de ter um elenco tão bom especialmente quanto àquele da década de 1970, o time do interior busca o título inédito para a sua galeria. Seria uma grande façanha devido à disparidade de recursos em comparação com Santos, Palmeiras (ambos já eliminados pela Ponte) e Corinthians. Mas, uma das belezas do futebol é igualar algumas desigualdades.

 

Desta vez, penso que a Ponte Preta pode superar o Timão e levar a taça tão aguardada pelos seus torcedores. Apesar de ter um elenco – e um técnico – apenas razoável, a equipe é muito aguerrida, obediente taticamente e ciente das suas limitações. Nota-se pelos discursos dos jogadores que todos estão muito focados e sabem que para vencer os gigantes é preciso dar aquele algo a mais.

 

Talvez a pior – no papel – das cinco formações que chegaram às finais do Paulistão dê a alegria aos pontepretanos que Dicá, Marco Aurélio, Odirlei, Polozzi, Oscar, Osvaldo, Édson Boaro, Chicão, Nenê e Juninho, entre outros, não deram. Futebol é assim.

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